Um ex-padre da Igreja Católica foi preso na manhã desta sexta-feira (23), em Belém, acusado de estuprar um ex-coroinha da igreja que ele administrava. Dilermando Freitas de Lima, de 48 anos, já vinha sendo investigado pela polícia dentro da “Operação Sinos”, que previa o cumprimento de mandados judiciais de prisão preventiva e busca e apreensão decretados pelo juiz Heyder Tavares Da Silva Ferreira, Juíz Titular da 1ª Vara de Inquérito Policiais e Medidas Cautelares de Belém. O acusado está prestando depoimento na delegacia da Santa Casa. A Polícia Civil não descarta que novas vítimas possam aparecer após a exposição do caso.

O primeiro abuso ocorreu quando a vítima tinha apenas nove anos de idade, após Dilermando ter celebrado uma missa na Igreja da Trindade, bairro de Batista Campos em Belém. Após a celebração, o padre conduziu seu veículo e parou em uma rua pouco movimentada do Conjunto Médice II, na Marambaia, onde ocorreu o primeiro contato. Os abusos também ocorriam diariamente dentro do quarto do ex-Padre, onde ele fazia com que a criança assistisse vídeos pornográficos e depois o estuprava. A vitima, hoje com 20 anos, relatou que o padre fazia com que ele, ainda criança acreditasse que os atos eram normais. A violência se estendeu até os 12 anos do ex-coroinha, quando ele passou a perceber que o comportamento não era adequado.

Dilermando está em cana

Dilermando chegou a sair do país a serviço da Igreja Católica para a Espanha, e nem mesmo com o afastamento geográfico deixou de manter contato com a vítima, onde conversavam através de aplicativos, tendo inclusive convidado à vítima para conhecer o país, dizendo “que se ele quisesse o mandaria buscar”. Os abusos físicos voltaram a ocorrer com o retorno de Dilermando para o Pará. Durante as investigações foram encontradas imagens de Dilermando beijando um outro menino, e a vítima também revelou também que Dilermando o fotografava durante os atos sexuais. Atualmente afastado da Igreja Católica, Dilermando se autodenomina como Bispo Primaz faz parte da Igreja Ortodoxa Amazônia.

A operação recebeu o nome de Sinos por fazer alusão ao período da Quaresma Pascoal, onde os sinos representam a música que anunciam novos tempos, tempos de salvação, para comemorar o que Jesus fez por seu povo. A operação faz parte de ações que visam combater abusos sexuais contra crianças e/ou adolescentes apurados pela Delegacia de Atendimento a Criança e ao Adolescente Deaca- Pro-Paz e Santa Casa. A Delegada Márcia Goreti alerta que os abusadores na maioria dos casos são parentes, conviventes, e pessoas que exercem certa autoridade quanto as vítimas, como professores, padres, treinadores.

 

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