As peripécias da prefeita Josemira Gadelha dariam uma novela policial na Terra Prometida. Lá, onde a “Rainha do Camarote” cria medidas absurdas para dificultar a vida de milhares de candidatos aprovados em concurso público em andamento a fim de beneficiar cabides de temporários e legiões de puxa-saco comissionados, a gestora contratou escritório de advocacia para receber R$ 20 mil mensais, desprestigiando completamente os aprovados no cargo de procurador municipal.
Detalhe: contratação direta. A justificativa para a contratação? A mais genérica — e, ao mesmo tempo, vaga — possível: prestar “assessoria e consultoria no acompanhamento da execução jurídica processual e procedimental do Fundo Municipal de Saúde” com vistas ao “acompanhamento técnico e jurídico das atividades, em especial, junto aos procedimentos gerais, preliminares e de execução de contratações do poder público”. Segundo a Prefeitura de Canaã dos Carajás, tudo isso com base “na plena especialização dos prestadores”.
O contrato com o escritório já foi assinado desde abril, mas apenas esta semana, três meses depois do feito, Josemira se dignou a publicar o processo de inexigibilidade no mural de licitações do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) (veja aqui https://www.tcm.pa.gov.br/mural-de-licitacoes/licitacoes/ficha/4162968#licitacao).
Mas por que Josemira não reconhece que está errada em sua farra de contratações e não abre cadastro reserva no concurso público em andamento? Por que contratar advogado particular para cuidar dos interesses do município, sendo que a prefeita pode autorizar convocar mais candidato do cadastro reserva para o cargo de procurador do município? Por que preterir concursados em favor de contratações de outra natureza?
São muitas as perguntas que intrigam milhares de candidatos que esperam por atuação firme do promotor de justiça Emerson Oliveira, que é muito querido em Canaã dos Carajás por não fechar os olhos para o festival de desmandos promovidos pela administração de Josemira, que leva a gestão de pessoal ao arrepio da lei.