A Polícia Civil do Pará investiga o caso da jovem Clívia Viana, 32 anos, encontrada morta com um tiro na cabeça no dia 7 deste mês, dentro do apartamento em que morava com o namorado, um policial militar do município de Cametá, nordeste paraense, onde o caso foi registrado. Nesta segunda-feira (16), foi realizada uma caminhada pelas ruas da cidade, para pedir respostas e esclarecimentos sobre a morte da jovem. A saída ocorreu às 6h, do Terminal Hidroviário de Limoeiro do Ajuru, onde a moça nasceu.

No local do ocorrido, a polícia informou que a jovem teria cometido suicídio com a arma de seu companheiro, mas a família de Clívia não acredita nessa versão. O agente estava dentro do apartamento no momento do disparo e já foi ouvido pela polícia. O casal estava junto há quase dois anos. O relacionamento dos dois seria abusivo, de acordo com a família de Clívia, que estava grávida e deixou um filho de 11 anos.

Por nota, a Polícia Civil disse que “o caso está sendo investigado por meio da Delegacia do município de Cametá. Perícias foram solicitadas e apurações estão sendo conduzidas para identificar as causas da morte.”

Já a PM informou que “já identificou o militar e a Corregedoria-Geral da PM vai adotar as providências pertinentes e também irá acompanhar as investigações por parte da Polícia Civil. Caso comprovada a prática do crime pelo policial, a Polícia Militar adotará as medidas necessárias.”

A equipe da redação integrada de O Liberal tenta, mas ainda não conseguiu localizar a defesa do militar em questão.

O caso
De acordo com o boletim da Polícia Militar, no dia 7, vizinhos ouviram um disparo de arma de fogo vindo do imóvel do casal e acionaram os agentes. Quando adentraram no apartamento, os policiais afirmam que encontraram Clívia morta dentro de um banheiro. O restante do imóvel estaria intacto, conforme a polícia.

Ainda segundo o boletim, a jovem teria cometido suicídio. Ela apresentava um tiro na região da cabeça, e a arma usada teria sido a pistola funcional de seu companheiro, segundo a polícia. Constatada a morte de Clívia, por parte do Corpo de Bombeiros, os PMs isolaram a área e acionaram as Polícias Científica do Pará (PCP) e Civil (PC).

O corpo da jovem foi analisado e removido para o Instituto Médico Legal (IML) de Abaetetuba, uma vez que o município de Cametá não dispõe de policiais científicos. O laudo com as causas da morte e a dinâmica do ocorrido deverá ficar pronto nas próximas semanas.

O que dizem os familiares e amigos de Clívia Viana?

Familiares e amigos não acreditam na possibilidade de suicídio, uma vez que Clívia viveria em um relacionamento abusivo com o militar. A família afirma que o agente estava no apartamento no momento do disparo. “Ele fala que a arma estava em cima da cama, ele virou para pegar o carregador (de celular) que estava no outro quarto, ela pegou a arma saiu correndo para o banheiro e se trancou”, disse uma fonte, que não terá identidade divulgada nesta matéria por questões de segurança, ouvida pela reportagem neste domingo (15).

No dia 7, vizinhos teriam ouvido uma discussão entre o casal. “Ele chegou por volta de meio-dia e pouco, quase uma hora, ela desceu para abrir o portão e eles subiram brigando, gritando, discutindo”, acrescentou.

Naquele mesmo dia, Clívia teria ligado para uma pessoa próxima da família e dito que estava solteira e voltaria para Limoeiro do Ajuru na lancha das 16h. Ainda de acordo com a fonte, o intuito da moça era contar sobre a gravidez para os familiares.

Após a morte da jovem, a família teria recebido diversas mensagens de pessoas que supostamente já tinham presenciado situações de abuso por parte do policial.

Desde o ocorrido, a família diz que nunca teve acesso ao apartamento onde tudo aconteceu, segundo a fonte ouvida pela reportagem. Ainda no dia 7, um parente de Clívia fez contato com o militar para pedir os documentos da jovem, pois a família iria precisar para dar entrada nos procedimentos de emissão da certidão de óbito. O agente teria determinado o horário e o lugar onde os pertences da jovem seriam deixados.

Ao chegarem no local combinado, uma terceira pessoa teria feito a entrega. Os pertences já estavam todos encaixotados e lacrados. O fato chamou atenção e foi registrado em vídeo. “As coisas dela foram entregues em outro local por uma terceira pessoa, que não tem nada a ver com o que aconteceu. Faltou muita coisa pessoal dela, muita mesmo”, disse a fonte.

 

 

 

 

Fonte: O Liberal

 

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