Os efeitos do projeto S11D já começam a sacudir a conta-corrente da Prefeitura de Canaã dos Carajás, no Sudeste Paraense. O município vai receber R$ 8,61 milhões nas próximas horas, acumulando R$ 21,54 milhões no total este ano. O mais perto disso, R$ 7,29 milhões, a administração local recebeu em janeiro, ainda assim nada comparado às “águas de março” que refrescam os cofres do Executivo. A informação foi levantada com exclusividade pela Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem).
Ao comparar a cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) deste março com o mesmo período do ano passado, R$ 1,91 milhão, é possível ter ideia do quanto a receita dos royalties disparou com o avanço da produção de S11D: 280%.
Enfrentando junto com Parauapebas uma onda de desemprego sem precedentes, em razão da desmobilização das obras civis da implantação do projeto, Canaã assiste, por outro lado, à operação a todo vapor do maior empreendimento da indústria mineral do globo. A multinacional Vale, que extrai minério de ferro em S11D e cobre no Sossego, compensa o município com os royalties de mineração, a maior parte dos quais destinada à prefeitura para investimentos em ações que, entre outros aspectos, gerem emprego e renda. A Vale, sozinha, por meio de sua indústria mineral, movimenta 76% da economia de Canaã dos Carajás, que é extremamente dependente das atividades da empresa.

PREVISÃO

O Executivo local prevê arrecadar ao longo deste ano R$ 54,9 milhões em royalties de mineração. Entretanto, é bem provável que, com o rump-up bem sucedido de S11D, o valor total da Cfem de 2018 fique na casa dos R$ 100 milhões, com franca possibilidade de crescimento nos anos vindouros.
O que se espera, contudo, é que as receitas da mineração sejam revertidas em estratégias sociais capazes de diminuir esse grau de dependência do município à indústria mineral, o quanto antes. Os recursos minerais, não é demais lembrar, são bens finitos.

Fonte: (Assopem)

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