Ao contrário do que grande parte da opinião pública pensa, a Polícia Civil nunca parou de investigar a estranha morte de Maura Dubal Martins, morta com um tiro na cabeça no dia 4 de janeiro de 2020, dentro de sua casa, na Vila Militar Castelo Branco, em Marabá. Um novo capítulo dessa “novela”, que se arrasta há um ano e quatro meses deve ser escrito nos próximos dias. É que o Departamento de Homicídios vai realizar uma reprodução simulada dos fatos, a popular reconstituição do crime.

A reprodução será um momento em que as autoridades policiais vão tentar refazer os últimos movimentos de Maura, até o momento em que ela morreu com um tiro na cabeça e os outros acontecimentos que se sucederam logo depois da morte, que pode ter sido suicídio (como se imaginava inicialmente) ou assassinato.

A realização da reprodução simulada foi confirmada ontem (5), com exclusividade ao CORREIO, pelo delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, titular do Departamento de Homicídios, que investiga o rumoroso caso. Por outro lado, o delegado preferiu não divulgar a data da reconstituição, segundo ele, para evitar “prejuízos e aglomerações”.

Delegado Toni Vargas também confirmou que todas as perícias sobre o caso, que foram requisitadas ao Centro de Perícias Científicas (CPC) “Renato Chaves” já foram concluídas. Além disso, o esposo de Maura também já prestou depoimento sobre o caso, assim como os filhos e outras testemunhas.

O caso

Maura, que tinha 46 anos na época, morreu dentro de casa, numa manhã de sábado. Além dela, estavam na residência, os três filhos e seu esposo, o tenente-coronel Andreos Souza, comandante do 23º Batalhão Logístico de Selva (BLog). Foi o militar quem acionou uma ambulância para socorrer Maura, ferida com um tiro na cabeça, dentro do quarto do casal.

Incialmente tudo levava a crer que Maura cometera suicídio, mas alguns detalhes começaram a colocar em dúvida essa versão, como a região da cabeça onde o tiro acertou a vítima (na parte detrás, um pouco acima da nuca). Outra situação que deixou a Polícia Civil com a pulga atrás da orelha foi a ausência de pólvora combusta nas mãos de Maura.

Parentes não acreditam

Familiares de Maura, que vivem no Sul do País, também disseram não acreditar na hipótese de suicídio e começaram a cobrar uma investigação de forma incisiva. A família constituiu, inclusive, o criminalista Lourival Cardoso, que atua em Marabá, para acompanhar o caso.

Procurado pela reportagem, o advogado Lourival Cardoso, que foi constituído pela família de Maura, para acompanhar as investigações, disse que “a reprodução será primordial para entender o que de fato ocorreu no dia da tragédia”. Segundo ele, a reconstituição traduzirá na prática todos os levantamentos dos peritos e depoimentos colhidos. “Sem falar que depois de mais de um ano de inquérito será o que possibilitará o relatório final do delegado”, observa Cardoso.

 

 

 

Fontes – (Chagas Filho) – Correio de Carajás

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