Foi a noite em que “Game of Thrones” (HBO) se despediu definitivamente de uma trajetória de reconhecido brilhantismo. Com 32 indicações, não foi apresentada apenas como o candidato mais forte nesta premiação do Emmy, que realizou sua 71ª edição neste domingo (22).

A produção, sobre reinos em uma sociedade de características medievais, baseada nos livros de George R.R. Martin (que ainda não concluiu a saga literária), atingiu uma marca histórica entre séries da TV americana, reunindo 59 vitórias por suas oito temporadas. São troféus pulverizados em categorias diversas, com destaque para direção, roteiro e categorias técnicas.

A série chegou ao início da noite já com dez vitórias em categorias secundárias -parte dos prêmios do Emmy foram entregues no fim de semana passado-, e abriu sua sequência de troféus pelo reconhecimento do trabalho de Peter Dinklage, premiado como ator coadjuvante. No fim da noite, foi anunciado que GoT era e melhor série dramática de 2019.

Ainda na parte dos dramas, a premiação na noite foi bastante dividida. “Pose” (ator, para Billy Porter), “Ozark” (direção e atriz coajduvante, para Julia Garner), “Killing Eve” (Jodie Comer) e até “Succession” (roteiro) receberam estatuetas.

Mas a noite do chamado Primetime teve duas produções ainda mais notáveis no hall de premiados, ao menos numericamente: a minissérie “Chernobyl” (HBO) e a cômica “Fleabag” (Amazon Prime).

“Chernobyl” abriu sua série de vitórias na categoria melhor direção em minissérie (Johan Renck).

Depois, abocanhou também nas categoria melhor roteiro em série limitada (para Craig Mazin). E, por fim, venceu como melhor minissérie, tendo disputado com fortes candidatos, como “Olhos que Condenam” e “Objetos Cortantes”.

Por seu impacto social e repercussão na mídia, “Olhos que Condenam” era o maior concorrente de “Chernobyl”, disputando com a série sobre a catástrofe nuclear em diversas categorias (melhor ator, ator coadjuvante, minissérie e também direção).

O jovem Jharrel Jerome, 21, que na série interpreta um dos meninos negros condenados injustamente por estupro e homicídio, disputou com veteranos como Benicio Del Toro, Hugh Grant e Jared Harris. E saiu vitorioso.

Apresentado por vários atores convidados, o Emmy trouxe ao palco veteranos do cinema e da TV, entre eles Ben Stiller, Anthony Anderson (de “Black-ish”), Stephen Colbert e Jimmy Kimmel. A premiação seguiu assim uma tendência que também marcou o Oscar, de não ter um único apresentador durante a celebração.

Por causa da notável participação das mulheres em produções cômicas (como atrizes e roteiristas) e também por causa do equilíbrio na qualidade das produções do gênero, a categoria foi um elemento de grandes expectativas.

Houve destaque para Phoebe Waller-Bridge, que é roteirista e protagonista da série “Fleabag” (Amazon Prime), tendo vencido o prêmio na categoria melhor roteiro em comédia pelo primeiro episódio da série.

Waller-Bridge acabou como uma das mais felizardas candidatas da noite, recebendo também um prêmio por sua atuação em “Fleabag”. A série ainda venceu na principal categoria cômica, desbancando “Veep” (em último ano) e “Maravilhosa Sra. Maisel”.

A produção se notabiliza pelo despudor de sua personagem. Já na prima cena da primeira temporada, sua protagonista fala sobre um episódio em que pratica sexo anal.

“Maravilhosa Sra. Maisel” premiou seus ótimos coadjuvantes (veja lista ao lado). A surpresa ficou para a despedida de Julie Louis-Dreyfus, que ficou sem nada após seis vitórias por “Veep”.

Aposta no politicamente incorre, “Barry” rendeu o troféu de melhor ator a seu protagonista, Bill Hader. A produção era uma das mais indicadas, disputando em 17 categorias. O tradicional “Saturday Night Live”, que em sua trajetória já venceu mais de 70 vezes, voltou a ganhar como melhor programa de esquetes.

RuPaul’s Drag Race, que já tinha levado um troféu na premiação do fim de semana passado, se notabilizou como melhor reality show.

(Folhapress)

Comentários