A Justiça Militar condenou na tarde desta sexta-feira (01), em sessão do Conselho Especial, a coronel Ruth Lea Guimarães e o sargento Raimundo Nonato Sousa Lima, ambos da Polícia Militar, à pena de 10 anos de reclusão em regime fechado. Os dois são acusados da prática de crime de peculato, previsto no artigo 303 do Código Penal Militar.

Durante os anos de 2006 a 2012, os militares estavam à frente da Diretoria de Apoio Logístico (DAL) da PM e desviaram mais de 300 veículos da Polícia Militar em favor do empresário Nicanor José da Silva, que negociava as viaturas para serem revendidas em São Paulo.

Todos foram denunciados pelo Ministério Público do Pará (MPPA) por envolvimento no esquema de desvio de veículos do estado em 2006, como a doação irregular para instituições sem fins lucrativos, dentre elas, a Fundação Pestalozzi do Pará. Ruth Lea e Raimundo diziam que as viaturas seriam doadas, falsificavam documentos e vendiam os carros para fora do estado. “Ao todo, 332 viaturas foram desviadas. Veículos que fazem falta para a corporação até hoje, anos depois da fraude ser descoberta”, disse Armando Brasil, promotor de Justiça Militar.

Em dezembro de 2017 o Tribunal de Justiça excluiu a Ruth Lea da corporação. Hoje, foi o sargento Lima quem foi expulso da PM. Em outubro de 2015, Nicanor José da Silva, que era testemunha do MPPA, foi executado por pistoleiros na rodovia Alça Viária um dia antes de ser ouvido na Justiça Militar. Agora, Ruth e Raimundo CECRAN – Centro de Reclusão Coronel Anastácio das Neves, onde devem cumprir a pena em regime fechado.

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