Uma denúncia bastante grave foi registrada por meio de um vídeo feito por um morador, supostamente, da Vila Palmares II, distante mais de 20 quilômetros de Parauapebas. Na filmagem, que veio à tona recentemente, mas pode ter sido gravada há meses, um morador mostra um local de mata próximo a Vila Palmares II, onde estaria ocorrendo a matança clandestina de equinos para comercialização no comércio como carne bovina.

No vídeo, o denunciante foca a filmagem naquilo que seriam restos mortais de cavalos, como: costelas, couros e até fezes. Ele tenta encontrar as patas dos animais, mas depois afirma acreditar que os cachorros teriam levado. Em outro momento, ele afirma estar revoltado, pois gosta de comer carne bovina, mas que a população da Palmares II está comendo carne de cavalo. O vídeo tem um pouco mais de três minutos e 30 segundos.

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Sobre esta situação, a reportagem ouviu uma empresária e um açougueiro das proximidades. 

Começamos por Lázara Cesária dos Santos, empresária dos ramos alimentício e balneário. “A notícia chegou até a mim e eu fiquei constrangida. Nunca nem tinha ouvido falar numa situação dessa, mas também não me abalei tanto, pois não compro carne aqui em Parauapebas. A carne comprada para revendermos nos nossos estabelecimentos é também a mesma que a gente come, vem de uma empresa de fora. Trabalho no ramo de alimentação há 27 anos, só aqui na Palmares estou há oito anos e há 16 anos no Balneário Espaço Família, jamais iria prejudicar clientes, pois aquilo que não quero para minha família, não quero para meus clientes. Temos uma fiscalização rigorosa, trabalho comercializando alimentos para empresas e não temos nada a esconder, nossas portas sempre estarão abertas para os órgãos sanitários ou de qualquer outra vigilância”, enfatizou Lázara. Ela ainda ressaltou que já está sabendo do imbróglio das mortes dos equinos e da revenda das carnes dos mesmos, como se fossem bovinos, há alguns meses.

Empresária Lázara

O Papo Carajás ouviu também o açougueiro Antônio Pereira, 37 anos de experiência no ramo. Perguntado se chegou ao conhecimento dele a comercialização de carne de cavalo na Palmares II, o açougueiro negou. “Aqui na Vila não temos denúncia alguma de cliente que esteja insatisfeito com a carne comprada, ou que afirme que tenha comprado carne de equino. O que pode acontecer é o cara matar equino aqui nas redondezas e vender dentro de Parauapebas ou em outra cidade vizinha, aqui seria suicídio. É um boato antigo, há muito tempo que isso tá rolando, já tem uns três meses. E a carne do equino é uma carne sem gordura, quando você coloca na panela ela já exala um cheiro diferente. Ela é mais escura, ela espuma na panela. O rapaz que filmou fez uma acusação injusta para os moradores da nossa Vila”, ressaltou o açougueiro.

Açougueiro Antônio Pereira

Cerca de cinco empresários no ramo de açougue da Vila Palmares II foram até a 20ª Seccional de Polícia Civil, em Parauapebas, ainda hoje (4), para conversar com as autoridades policiais e enfatizarem que não existe venda de carnes de equinos naquela localidade.

Na tarde desta terça-feira (4), a Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror) emitiu uma nota à imprensa. Leia logo abaixo.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror), esclarece que é responsável pela inspeção de abatedouros no município.

Sobre a denúncia que circula em redes sociais de abatimento clandestino de cavalo para comercialização de carnes em açougues locais, uma equipe do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) fará diligência amanhã, 05, para levantar informações e verificar a procedência da denúncia.

O serviço de inspeção é realizado diariamente em todos os abatedouros do município, assim como todas as denúncias recebidas são sempre averiguadas por um corpo técnico. Nos casos comprovados a equipe aciona a Polícia Civil para dar prosseguimento no processo de investigação e responsabilização criminal.

Assessoria de Comunicação
Prefeitura de Parauapebas

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