Na tarde desta segunda-feira (6), familiares de uma criança de 5 anos de idade foram para a porta do Núcleo de Educação Infantil (NEI) Arco-Íris, localizado no Núcleo Velha Marabá, para denunciar um suposto caso de estupro de vulnerável que teria ocorrido nas dependências da unidade escolar na última quinta-feira (2).

A reportagem foi acionada pela mãe da criança, que não será identificada de forma a preservar a identidade da possível vítima, na última sexta-feira (3). Na ocasião, a mãe relatou que a criança teria sido vítima de violência sexual, mas não chegou a fornecer cópia do boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Civil. Segundo a mulher, o documento não teria sido disponibilizado a ela.

Já na tarde desta segunda-feira, a mãe teria procurado a direção do Núcleo de Educação Infantil para obter informações sobre as providências que o educandário teria tomado diante do caso, mas teria sido destratada por profissionais que atuam na instituição de ensino, o que motivou o protesto na porta do local.

Em frente ao NEI Arco-Íris, a mãe conta que estava trabalhando na última quinta-feira (2), data em que o crime teria acontecido, quando recebeu uma ligação de uma professora do NEI, por volta das 16h, avisando que a filha dela havia sofrido uma queda no vaso do banheiro, o que teria resultado em um sangramento.

A mulher narra ainda que pediu à babá da criança que fosse até o NEI e averiguasse a situação, mas a profissional teria sido impedida de ter acesso ao banheiro onde teria ocorrido o acidente. Sem alternativa, a babá teria levado a criança para casa, onde constatou que a calcinha da menina havia sido lavada e ainda estava molhada.

A mãe, ao saber desse fato, correu para casa a fim de ver de perto o que tinha acontecido com a filha. Imediatamente, se deslocou ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde teria sido atendida por médica, enfermeira e assistente social. A mãe conta ainda que teria sido informada pela equipe do hospital que a criança estava com o hímen rompido e com uma laceração, mas não apresentou laudo que comprove a alegação.

Ainda no hospital, a mulher comunica que buscou levar o caso às autoridades e chegou a aguardar uma delegada de polícia por horas, mas somente uma escrivã apareceu, prometendo registrar o possível crime no dia seguinte.

Vídeos e áudios que circulam nas redes sociais mostram a mãe revoltada, momentos antes da chegada da equipe de reportagem, clamando por respostas dos profissionais do NEI Arco-Íris para o que teria acontecido com a filha, segundo ela, nas dependências do banheiro do local. Ela chega a disparar palavras ofensivas ao corpo docente da instituição de ensino.

A avó e o pai da menina também estiveram na porta do NEI somando-se aos gritos de protesto da genitora. A avó questionou o procedimento adotado pela unidade escolar diante do ocorrido com a neta. “Com tudo isso acontecendo, a diretora não foi afastada, a professora não foi afastada e a escola está tendo aulas normalmente. A diretora mandou lavar o banheiro onde ela foi violentada e não mandou chamar a polícia”, denuncia ela.

A imprensa ouviu funcionários do NEI Arco-Íris, que confirmaram a versão que indica que a criança teria sofrido um acidente no vaso da cabine destinada a cadeirantes no banheiro do local. Além disso, os profissionais negam categoricamente que o abuso sexual tenha acontecido no educandário e justificam, para tanto, que a equipe funcional é composta somente por mulheres.

A equipe docente compartilhou com a reportagem que a mãe da criança teria prometido realizar protestos em frente ao NEI no decorrer dos próximos dias. Os profissionais temem que essa ação prejudique o funcionamento da escola, o que já teria ocorrido nesta segunda, pois o foco dos alunos teria sido desviado para os gritos da mãe no lado de fora. A diretora da unidade educacional estaria em viagem, mas retorna esta semana.

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) que estaria à frente do caso, mas a equipe de reportagem segue sem ter acesso ao boletim de ocorrência da Polícia Civil, que até o momento nada declarou a respeito da demanda.

Procurada, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que acompanha a situação e que ordenou, na última sexta-feira (3), que o banheiro em que o suposto estupro teria sido registrado fosse lacrado até o completo esclarecimento do caso. A pasta também prometeu divulgar uma nota de esclarecimento ainda nesta terça-feira (7).

Banheiro está interditado

 

 

 

 

 

 

(Fonte: Portal Debate)

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