O Portal Papo Carajás entrevistou recentemente o delegado de Polícia Civil, Felipe Oliveira. A autoridade falou do quadro de homicídios registrados em Parauapebas no primeiro semestre de 2018. 55 pessoas tiveram o fim de suas vidas decretadas, a maioria assassinada a tiros.

O delegado ressaltou que apesar do empenho policial em apurar os crimes e Parauapebas ainda não contar como uma estrutura específica para apurar homicídios, os delegados plantonistas e equipe apuram os fatos, porém, claramente, há a necessidade de um perito criminal e de policiais destacados especificamente para a resolução dos homicídios. Felipe enfatiza que no segundo semestre, dois investigadores serão destacados para tal função na cidade, mesmo assim, ainda faltará o perito criminal. “Parauapebas ainda não conta com uma Delegacia que atenda exclusivamente os homicídios, cada caso é investigado pelo delegado de expediente, que acumula o trabalho de apurar os demais crimes que ocorrem na cidade. Necessitamos também de um centro de perícias”.

Apesar do empenho da polícia, existem casos que até hoje a população questiona uma resposta do núcleo de segurança de Parauapebas. Um deles foi o cruel assassinato de Cidicleia Carvalho Vieira França, de 42 anos, na época, esposa do secretário municipal de desenvolvimento da cidade, Isaías da Pioneira.

Cidicleia Carvalho foi executada com um tiro na cabeça na frente do filho quando saia de um culto em uma Igreja do bairro Altamira. O crime abalou Parauapebas no dia 31 de Março deste ano e até hoje não se tem uma resposta de quem assassinou a empresária.

O Papo Carajás vai preparar uma matéria especial de mais crimes relevantes que não foram solucionados.

Contagem dos homicídios nos primeiros seis meses

Janeiro – 5 homicídios, três resultados de autoria
Fevereiro – 5 homicídios, dois resultados de autoria
Março – 9 homicídios, dois desvendados
Abril – 10 homicídios, três desvendados
Maio – 13 homicídios, quatro desvendados
Junho – 13 homicídios, cinco foram apurados

Média Nacional

A média nacional da taxa de elucidação de homicídios, conforme levantamento feito pela Secretaria de Segurança Nacional, é de 8%. A cada 100 homicídios, a média é de que oito são apurados.

“Apesar de toda dificuldade que encontramos em Parauapebas, a nossa taxa de elucidação chega a 40% dos homicídios que ocorreram. Todos que conseguimos identificar a autoria foram indiciados no final do inquérito policial e tiveram a prisão preventiva representada junto ao poder judiciário. A grande maioria dos 40% tivemos mandado de prisão que foram expedidos, estão em aberto, ou foram cumpridos”, completou Felipe.

Por fim, o delegado pediu a contribuição da população em relação as denúncias. “Dependemos demais da contribuição da população para o disque denúncia 181, é sigilo total da pessoa que fornece a informação. Contribuam populares”, finalizou.

Em relação a falta de perito criminal em Parauapebas, o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, emitiu a seguinte nota:

Em relação a falta de Peritos Médicos Legistas no Núcleo Regional de Parauapebas, o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves informa que, a Lei de criação da Instituição, 6.282/2000, prevê a existência de Unidades somente na Capital Belém e nos municípios de Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém. No intuito de promover melhor atendimento à população dos demais municípios, foram criados, nas gestões anteriores, novos Núcleos Regionais nos municípios de Parauapebas, Paragominas, Itaituba, Abaetetuba, Salinópolis, Tucuruí e Bragança, e, apesar da implantação física, todos estes núcleos ainda carecem de regulamentação na Lei da Autarquia, pois enquanto isso não ocorrer, estará inviabilizada a dotação orçamentária para manutenção das referidas unidades, incluindo a aquisição de equipamentos necessários ao seu aparelhamento, assim como, a execução de concurso público para suprir as vagas necessárias às demandas de cada unidade.
A alteração da Lei do Centro de Perícias já foi analisada pela SEAD, PGE e SEPLAN, e aguarda envio para ALEPA, visando sua votação e aprovação, enquanto isso não ocorrer, algumas demandas do Núcleo Regional do município continuarão sendo encaminhadas para a Unidade Regional de Marabá, e as mais complexas, para a sede em Belém, em função da carência de equipamentos e de servidores da área fim.

 

 

Reportagem de Vinicios Nogueira e Caetano Sillva

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