Os casos de febre amarela que têm aparecido na Região Sudeste têm preocupado também a população na Região Norte, onde a doença é considerada endêmica em sua forma silvestre e onde há recomendação de vacina para toda a população há muitos anos. Em algumas localidades, a procura pela imunização aumentou, mas muita gente está se dando conta de que nem sabe se já tomou a vacina alguma vez.

Em Boa Vista (Roraima), o metalúrgico Benedito da Silva, de 57 anos, procurou o posto para se imunizar contra a doença, mas lá descobriu que já tinha recebido a dose única da vacina e não precisava reforçá-la. “Explicaram que já estou imunizado”, contou à reportagem do G1.

Em um posto de saúde na capital roraimense, 215 pessoas se imunizaram contra a febre amarela entre dezembro em janeiro. Em novembro, antes da correria aos postos no Sudeste, foram apenas 40 doses da vacina ministradas no mesmo local.

Roraima não tem novos casos da doença em humanos há mais de 10 anos, mas é considerada área endêmica desde 1940. A Secretaria de Saúde estima que 95% da população esteja imunizada, índice considerado suficiente para evitar que a febre se espalhe.

Muitos moradores do Tocantins também não têm mais os cartões de vacinação e não sabem se tomaram ou não alguma dose contra febre amarela na infância. Neste estado, no entanto, a estimativa da Secretaria Estadual da Saúde é que 63% da população do estado esteja vacinada. Ainda assim, o Tocantins teve apenas um caso confirmado da doença em humanos nos últimos 17 anos.

Na época do aparecimento dos primeiros casos em Minas Gerais, a busca pela vacina chegou a triplicar no Tocantins. A Secretaria Estadual da Saúde afirma que a procura segue acima do que era registrado antes do aparecimento de novos casos, mas não divulgou números.

O Tocantins é considerado área endêmica para a febre amarela desde qu eo estado foi criado, em 1988. As áreas rurais são consideradas de maior risco para a doenças, já que há maior densidades dos mosquitos considerados vetores.

Amazonas não teve aumento

No Amazonas não houve aumento da procura pela vacina após os surtos em outros estados do país, segundo o Fundação de Vigilâcia em Saúde (FVS-AM). O G1 visitou unidades de saúde de Manaus durante dois dias, e não encontrou pessoas em busca da imunização contra a febre amarela.

Em todo o Amazonas, a cobertura vacinal é de 80,05% da população. A coordenadora do Programa Estadual de Imunização diz que a taxa ainda não é a ideal: “O melhor seria 100% ou no mínimo 95%. Não é falta de vacina. O que está faltando é a população saber que a vacina existe e está lá. Nós temos um problema maior com população adulta que só procura a vacina quando quer viajar”.

 

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