Um grande número de mototaxistas esteve obstruindo a portaria da empresa Júlio Simões pela manhã desta terça-feira (3). Eles questionavam a omissão da empresa em relação a morte do mototaxista José Rodrigues de Lima, conhecido como “Pé de Pano” ou “Índio”, ocorrida durante um acidente envolvendo um dos ônibus JSL há cerca de um ano e meio.

Conforme Maria Lúcia Rodrigues de Lima, irmã do “Pé de Pano”, até agora a empresa Júlio Simões não procurou a família. “No dia do enterro do meu irmão a empresa disponibilizou apenas um táxi para levar minha mãe na roça, pois meus pais moram lá. Meu irmão que ia sempre lá, cuidava dos meus pais – pois estão velhinhos – se foi e isso nos deixa muito tristes. A JSL prometeu médico e não cumpriu, não atendem ligação. Essa empresa pode muito bem arcar com tudo e nem com as despesas funerárias arcou”, enfatizou Lúcia.

O Papo Carajás conversou com o mototaxista Marcelo Alves de Almeida, que além de companheiro de trabalho, era amigo da vítima. “Queremos fazer uma reivindicação pacífica, sem que haja confronto ou destruição de ônibus, estamos provando realmente que somos capazes de resolver as coisas com serenidade e respeito. Mas queremos que a Júlio Simões nos trate com respeito também. Há 1 ano e meio ceifou a vida de um companheiro nas imediações do Bairro Tropical. Queremos que a empresa venha compensar financeiramente a família. Funeral não foi pago, a moto está até hoje quebrada. Nós como companheiros e amigos dele somos uma família de 700 mototaxistas unidos e estamos aqui para tentar resolver o problema da família dele. Deixou três filhos órfãos e estão necessitados”, revelou.

Mototaxista Marcelo Alves

Por fim, ouvimos o presidente da União dos Mototaxistas de Parauapebas (Unimoto), Joseone Silva Ferreira, o Milanga. Joseone afirmou a importância da passividade da manifestação, mas acima de tudo, a segurança no trânsito. “Estamos realizando uma manifestação pacífica pedindo segurança no trânsito, mas acima de tudo, exigindo mais atenção da Júlio Simões aos familiares do nosso amigo e mototaxista José Rodrigues, morto em acidente com um ônibus da empresa há mais de um ano. Um dos diretores informou para nós que não estava sabendo da situação, e isso é considerada uma falta de organização dessa empresa. A Júlio Simões já está se envolvendo em vários acidentes em Parauapebas, principalmente fatais, não só com os mototaxistas, mas também com outros usuários do trânsito da cidade. O mínimo que ela deveria fazer, ela atender as pendências da família do “Pé de Pano”, finalizou Milanga.

“Milanga”, presidente da Unimoto, Maria Lúcia- irmã da vítima – e a filha dela

Tentamos contato com representantes da Júlio Simões, mas ninguém quis se pronunciar.

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