Um levantamento feito pela Celpa apontou que, no ano passado, foram realizadas mais de 208 mil regularizações de instalações elétricas em todo o estado do Pará. Só Belém foi responsável por quase 45% desse total, com um número de mais de 93 mil, seguido de Santarém, com mais de 8.500, e Marabá com mais de 8.300. Cidades como Castanhal, Paragominas, Tucuruí e Altamira também registram índices expressivos: em média 2.500 regularizações.

Os impactos do desvio de energia podem ainda ser percebidos no valor da tarifa de energia. De acordo com um estudo feito pela Celpa, foi possível verificar que se o furto de energia fosse erradicado, seria possível uma redução em aproximadamente 9% do valor da conta de energia elétrica que é paga atualmente, tendo em vista que um dos fatores determinantes para este valor é a perda não-técnica da energia elétrica (furto). Tudo isso porque a Celpa compra anualmente mais de 11TWh (Terawatt-hora) de energia elétrica para atender toda a extensão territorial do Estado.

Atualmente, do total de energia comprada pela Celpa para distribuir aos consumidores paraenses, cerca de 26,80% é perdida. Entre os fatores que caracterizam a perda energética, o furto de energia figura como o principal vilão. No primeiro semestre deste ano, já foram regularizadas mais de 103 mil instalações que se encontravam em situação de desvio de energia no Pará. Dados da empresa ainda revelam que em 2016 foram contabilizadas cerca de 800 ocorrências de interrupção do fornecimento de energia elétrica em função dos procedimentos irregulares junto a rede de distribuição. Os primeiros seis meses de 2017 já registram um número acima de 500 ocorrências, mais da metade do registrado no ano passado inteiro.

PRÁTICA CRIMINOSA

O Delegado Vanildo Oliveira, da Divisão de Investigação e Operações Especiais, e da Delegacia de Combate a Crimes Praticados contra as Concessionárias de Energia, explica que geralmente quem furta energia tem a ideia de que está lesando apenas a empresa. “É um crime que afeta a todos e com o combate e repressão a essa prática, estamos promovendo a segurança e a cidadania. No ano passado, executamos cerca de 100 prisões por furto de energia somente na Região Metropolitana de Belém”, diz o delegado. Quem furta energia pode pegar multa e até de um a cinco anos de prisão.

(Diário do Pará)

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