A gestão de Josemira Gadelha tem uma explicação a dar à sociedade: afinal, o que foi feito de tão relevante este ano em Canaã dos Carajás com os R$ 31,96 milhões já torrados por meio da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Funcel)? Até agora, essa montanha de recursos públicos não trouxe nenhuma transformação concreta para a população local — metade dela vivendo em situação de pobreza.
O dinheiro que simplesmente desaparece sob a caneta da Funcel, hoje comandada por Taís Leite, seria suficiente para resolver, senão todos, pelo menos parte dos graves problemas de abastecimento de água que castigam os 90 mil moradores da chamada Terra Prometida.
Josemira enxerga o dinheiro indo pelo ralo, mas não responde às perguntas que lhe são feitas. E é preciso lembrar: não são apenas os meios de imprensa que querem respostas. É o povo que exige explicações. A prefeita não pode se esconder em discursos superficiais enquanto a realidade se impõe nas torneiras secas da cidade.
Do mesmo modo, causa estranheza a postura da própria secretaria, que enxerga as críticas mas sequer utiliza sua assessoria de imprensa para rebater ou prestar esclarecimentos. O silêncio diante de denúncias só reforça a percepção de que a farra com o dinheiro público continua firme em Canaã.
Enquanto isso, a prefeita ganha cada vez mais a fama de “Rainha do Camarote”, disposta a gastar fortunas em eventos festivos que não deixam legado e não alteram em nada os indicadores sociais e de qualidade de vida da cidade. Não é surpresa, portanto, que sua popularidade despenque a cada dia: a imagem que se cristaliza é a de uma gestora que faz muito pouco com o muito que Canaã dos Carajás tem disponível.
Enquanto Josemira insiste em gastar energia com festas e politicagem, a população segue à espera de algo básico: água nas torneiras. E permanece a dúvida: até quando tantos milhões serão desperdiçados sem qualquer benefício real para quem mais precisa?