A polêmica Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Funcel), autarquia do município de Canaã dos Carajás, comanda por Taís Leite, não dá ponto sem nó quando o assunto é gastar dinheiro público. Em menos de seis meses, a entidade municipal colocou, pelo menos, nove pregões na praça — oito deles com valores conhecidos — a pretexto de preparar o São João de Canaã, que pode ser considerado o festejo de meio de ano mais caro do Pará, com gastos que fazem inveja aos eventos juninos de Campina Grande (PB) e de Caruaru (PE), os mais tradicionais do Brasil.
O levantamento realizado pelo portal Papo Carajás mostra que a fundação, sob as bênçãos da festeira prefeita Josemira Gadelha, licitou:
1 – Locação de brinquedos infláveis — R$ 222.503,40
2 – Fornecimento de café da manhã, almoço, janta e lanche self-service — R$ 992.400,00
3 – Fornecimento de água mineral — R$ 178.786,00
4 – Produção de material gráfico — R$ 918.131,00
5 – Serviço de vídeomonitoramento — R$ 507.792,60
6 – Aluguel de circo — R$ 475.500,06
7 – Aluguel de parque de diversões — R$ 730.499,94
8 – Serviço de ornamentação junina — R$ 2.673.432,34
Não entram nessa conta os gastos com locação de estruturas para as festividades de São João, uma vez que os itens licitados tinham valores secretos, nem os shows contratados por meio de inexigibilidade. Ainda assim, os valores disponibilizados para licitação somam R$ 6,7 milhões, o que é muito para o São João de um município de apenas 100 mil habitantes.
A título de comparação, em Caruaru, cidade reconhecida nacionalmente por seu São João, a prefeitura local gastou apenas R$ 13 milhões com difusão cultural este ano para obter retorno de R$ 700 milhões com o turismo junino, enquanto a Funcel sozinha já torrou R$ 11 milhões, de acordo com dados do Portal da Transparência do Município de Canaã dos Carajás (veja aqui https://www.governotransparente.com.br/transparencia/44099486/consulta/consolidada?inicio=01%2F01%2F2025&fim=25%2F06%2F2025&agrup=12&ano=9&clean=false&datainfo=MTIwMjUwNjI1MDEzOVBQUA%3D%3D&unid=-1&prog=-1&cat=-1&org=-1&proj=-1&func=-1&nat=-1&elem=-1), mas sem qualquer retorno certo e sabido, já que tudo na Terra Prometida gira em torno da mineradora multinacional Vale e da prefeitura, que se dá bem em cima dos royalties de mineração.
A quadrilha da Funcel já está pronta para fazer e acontecer até o sol raiar, deixando seu legado. A “noiva” da quadrilha também quer arrasar na Terra Prometida. E o Ministério Público está de olho no movimento dessa fuzarca, a postos para fazer muita agente dançar.