Os impactos causados a indígenas, assentamentos e comunidades rurais do entorno da atividade mineradora, esse é o principal foco do documentário ‘Na Fronteira do Fim do Mundo’, exibido nesta quinta-feira (24), no Plenarinho da Câmara Municipal. O curta, traça um panorama da atividade mineradora no estado e suas consequências, que, segundo o filme, é quase sempre mais carregada de impactos negativos que necessariamente desenvolvimento adequado e sustentável aos estados e municípios onde a atividade é dominante.

De acordo com o vereador Miquinha, o documentário mostra onde precisa ser reajustada a questão da mineração no município e região. “Foi muito gratificante participar desse grande evento, tenho certeza que as pessoas que vieram aqui saíram como a visão de mundos diferentes, de sociedades diferentes, da questão do investimento da mineração em nosso estado. Foi muito bom esse encontro, só tenho que agradecer a equipe produtora por essa oportunidade”.

O filme

‘Na Fronteira do Fim do Mundo’ é uma realização da produtora paraense Floresta Urbana com patrocínio do Sindifisco Pará e foi exibida a primeira vez em dezembro de 2021 durante o Seminário Internacional do Sindifisco Pará, sob o tema Justiça Fiscal, Desigualdade e Desenvolvimento.

As filmagens ocorreram nos municípios de Marabá, Bom Jesus do Tocantins, Parauapebas e Canaã dos Carajás no segundo semestre de 2021. Segundo Charles Alcântara, presidente do Sindifisco-Pará e um dos idealizadores do filme, o documentário mostra como a implantação de projetos minerais acaba por tornar todo seu entorno em dependentes.

História

Ao longo de cerca de uma hora, o filme debruça-se sobre as consequências da atividade mineradora para além da propaganda oficial. Nele mostra como o município de Canaã dos Carajás, antes, um grande produtor de leite e queijos, tinha na produção agrícola um motor comercial, com a descoberta de minérios passou a vivenciar o que o pesquisador Bruno Malheiro classifica como ‘minério-dependência’. “A mineração ataca o metabolismo da vida”, resume o pesquisador.

Para contar essa história, a equipe de filmagens se deslocou por mais de um mês entre os municípios de Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás. No documentário a direção de fotografia é de Glauco Melo e a produção de Michelle Maia e Aline Paes. A colaboração no roteiro e na edição é de Vlad Cunha, a edição é de Arthur Santos e conta coma trilha sonora da banda Pernambucana Cordel do Fogo Encantado.

 

 

 

Texto: Rosiere Morais

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