A lista é grande e de tirar o fôlego. Este ano, em balanço encaminhado pela gestão ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA), a prefeita Josemira Gadelha informou, nome por nome, 2.335 contratos temporários sustentados pelos recursos de Canaã dos Carajás e escolhidos da forma mais amadora possível: sem qualquer seleção e de forma precária.
Considerada um verdadeiro pesadelo para os concurseiros, Josemira — uma fã de carteirinha de temporários por razões obviamente eleitoreiras — inseriu cláusula de barreira absurda no concurso público em andamento para evitar chamar mais aprovados que as vagas imediatas disponíveis e, assim, perpetuar as contratações temporárias, afrontando os poderes constituídos (Legislativo e Judiciário) e o Ministério Público.
Ela insiste em manter temporários na folha da administração mesmo com vagas de provimento efetivo e potenciais milhares de aprovados no concurso na fila.
Os contratos firmados no início deste ano têm duração até 31 de dezembro, mas certamente deverão ser renovados. É possível que a gestora invente outros processos seletivos “mea-boca” para mascarar a irregularidade de manutenção da farra de temporários, assim como fez na educação, na qual abriu PSS para preencher centenas de postos com as mesmas atribuições das poucas vagas ofertadas no concurso em andamento.
O comportamento improbo e omisso de Josemira, que desafia a Constituição, levanta questionamentos sobre as práticas administrativas de sua gestão e abrem margem para procedimentos do Ministério Público e ações judiciais, como a que fora recentemente impetrada por candidatos do concurso público.
A teimosia da prefeita em manter cabides de emprego na Prefeitura de Canaã dos Carajás vai custar muito caro, tanto para as finanças públicas quanto para ela mesma política e administrativamente.