A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) abriram investigações para descobrir a origem de um barco que foi encontrado à deriva com corpos no litoral de Bragança, cidade do nordeste paraense distante 215 quilômetros da capital Belém. O inquérito da PF apura a nacionalidade das vítimas e as circunstâncias das mortes.

A suspeita é de que eram imigrantes tentando entrar no Brasil. Uma das hipóteses é que o grupo tivesse vindo da África. Um vídeo mostra parte do resgate do barco com corpos ontem.

Uma equipe de papiloscopistas da PF de Brasília foi para Bragança trabalhar na identificação das vítimas. Para isso, a corporação informou que vai adotar protocolos da chamada Identificação de Vítimas de Desastres (DVI).

O procedimento é baseado em técnicas internacionais da Interpol e da Organização Internacional de Polícia Criminal (ICPO) em eventos catastróficos, como acidentes aéreos, desabamentos e tsunamis, entre outros. Ele foi utilizado, por exemplo, depois do desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, quando 270 pessoas foram mortas, em 2019.

A embarcação com os corpos foi achada por pescadores, sábado. Ela possui 15 metros de comprimento por 2 de largura e estava na Baía do Maiaú, próximo à ilha de Canelas, que fica no mar na região litorânea de Bragança. A área é conhecida como Salgado Paraense.

A área tem muitos bancos de areia, que dificultaram o resgate, segundo os bombeiros. Só foi possível acessar a região na manhã de ontem. Até o fechamento desta edição, a embarcação ainda não havia sido retirada do mar por dificuldades causadas pela maré. Um bombeiro que atua no local informou que todo o barco será levado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Castanhal, a 140 km de Bragança, com os corpos para a análise.

nicialmente, o MPF informou que havia 20 corpos na embarcação. Depois, voltou atrás alegando que o número não foi confirmado. Até o momento, essa informação ainda não foi divulgada.

Dois agentes do Corpo de Bombeiros do Pará estiveram no local ainda no sábado para avaliar o barco e viram os corpos amontoados em estado de decomposição avançado. De acordo com o bombeiro Tadeu Barbosa, eles aparentavam estar muito desidratados.

 

 

 

 

 

Fonte: Dol

 

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