Nesta terça-feira, 12 de maio, foi comemorado o Dia do Enfermeiro. Neste ano, a data ganha um contorno ainda mais especial em razão da presença dos enfermeiros na linha de frente de combate ao novo coronavírus.

A importância desses profissionais está sendo exaltada em todos os cantos do país. Um reconhecimento merecido e que tem custado muitas horas de trabalho, afastamento da família e até a própria saúde dos enfermeiros.

Profissionais que trabalham na linha de frente dos hospitais estão sujeitos ao contágio. É o caso da enfermeira Ariane Araújo, que trabalha no Hospital Hapvida Mossoró. Ela foi infectada pelo coronavírus e teve que se afastar do trabalho. Justamente ontem, no Dia do Enfermeiro, ela está de volta “revigorada e estimulada a continuar” o trabalho de salvar vidas. “A sensação de estar voltando é uma mistura de vários sentimentos, que inclui medo e ansiedade para voltar ao campo de batalha. Mas com fé em Deus, estou voltando revigorada e estimulada a continuar”, relata.

Ariane diz que a motivação para continuar vem da necessidade das outras pessoas, do juramento da profissão e pela vontade de querer ajudar e se sentir útil na guerra contra esse “grande inimigo”.

Ilnara Uchôa é a Chefe de Enfermagem do Hospital Hapvida Mossoró. É ela quem acompanha cada dia de luta de seus colegas de profissão. E assim como eles, não está imune ao coronavírus, já tendo testado positivo para a Covid-19.

A recuperada Ariane ao lado de Ilnara

Mas enfrentar a doença não foi o único desafio de Ilnara até aqui nesta pandemia. Ficar distante dos seus pais idosos e do seu filho, de apenas três anos, por dias e até semanas também causou muita dor. “A parte pior de estar na linha de frente é o isolamento familiar. Eu nunca tive medo de trabalhar em hospital, existem inúmeras doenças que podem ser adquiridas em ambiente hospitalar, mas a Covid-19 é mais assustadora pelo potencial de contaminação e disseminação. Saber que sua família e seu filho podem ficar doentes porque você levou a doença para casa é o mais assustador de tudo”, declara.

Distantes dos familiares, os profissionais encontram apoio e força entre os colegas. “São dias bem difíceis, com ansiedade e tristeza. Mas tenho uma família no hospital que me acolhe todos os dias e me dá a esperança de que dias melhores virão”, ressalta Vilmar da Silva, que está há mais de dois meses sem ver os seus pais.

No Rio Grande do Norte, quase 500 profissionais de saúde já foram infectados pelo coronavírus, sendo 10% deles enfermeiros, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado no dia 08 de maio pela Secretaria de Estado da Saúde Pública. “Muitos profissionais no Brasil inteiro estão sendo infectados e estão longe de seus familiares, mas eu não tive nenhum colaborador da enfermagem que se afastou por medo ou por receio”, exalta Ilnara Uchôa.

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