A prefeita Josemira Gadelha vai ver na conta corrente da Prefeitura de Canaã dos Carajás, nos próximos dias, R$ 62.651.706,75 em royalties de mineração. É dinheiro que cai em apenas um dia que metade das prefeituras brasileiras gostaria de arrecadar durante um ano inteiro.
Mas o que Josemira vai fazer com essa quantia derivada da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), se ela não consegue sequer colocar água nas torneiras da população?
O recurso será gasto, como de praxe, em festas vãs? Em eventos para promover seu esposo, Eugênio Gadelha, que Josemira tenta desesperadamente emplacar para ser candidato a alguma coisa ano que vem? Em despesas duvidosas contratadas por pastas como a Funcel e o Saae, duas entidades públicas geridas de forma incompetente e sem qualquer resultado entregue à população?
São muitas as dúvidas e incontáveis os questionamentos. Mas uma coisa é certa: com o repasse dos royalties deste mês, a Prefeitura de Canaã vai cravar R$ 556.543.770,54 já recebidos apenas em Cfem ao longo de 2025, mais recurso que a arrecadação de um ano inteiro de 5 mil prefeituras do país (ou 90% do total).
Enquanto isso, parte considerável da população — 52 mil habitantes — segue em situação de pobreza, um volume recorde e que só aumenta com Josemira no poder, de acordo com dados de agosto do Cadastro Único.
Falta água, há dezenas de ruas de chão batido e a máquina pública está entupida de comissionados e temporários, apaniguados da prefeita. A Canaã da bonança financeira também é o retrato do caos administrativo.