A já frágil educação da rede pública municipal de Canaã dos Carajás, sob gestão de Josemira Gadelha, tem tudo para piorar no que depender das medidas administrativas da festeira prefeita. Ela, que evita formar cadastro reserva no concurso público em andamento, é craque em manter dezenas de servidores sem estabilidade em cargos finalísticos da educação.
O exemplo mais notório é o cargo de coordenador pedagógico, que na Terra Prometida é de provimento comissionado, mas, a rigor, deveria ser de provimento efetivo para acesso exclusivo a pedagogos.
Em junho, a prefeita Josemira mantinha 65 coordenadores pedagógicos comissionados na folha de pagamento, com salários que chegam a quase R$ 11 mil. E há dois tipos na Secretaria Municipal de Educação (Semed): coordenador pedagógico educacional e coordenador pedagógico técnico.
- Coordenador pedagógico educacional | 45 no total
R$ 9.492,86 mais vale-alimentação de R$ 1.265,00 de vale-alimentação
totalizando R$ 10.757,86
- Coordenador pedagógico técnico | 20 no total
R$ 9.717,08 mais vale-alimentação de R$ 1.265,00 de vale-alimentação
totalizando R$ 10.982,08
O custo para manutenção do cabide de empregos para comissionados na educação é de cerca de R$ 704 mil por mês, valor que daria para contratar 90 pedagogos concursados para executar as mesmas atividades e com qualidade possivelmente superior.
Vale ressaltar que esse “modelo de trabalho” na educação da gestão de Josemira — substituir mão de obra efetiva por comissionada e temporária — mostra-se um verdadeiro fracasso. E quem atesta isso é o Ministério da Educação (MEC), que registrou queda do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental e grave retração na proficiência de matemática e português.
Com o sucateamento da educação em Canaã dos Carajás, patrocinado por uma gestão que despreza aprovados em concurso público para proteger temporários e comissionados, a tendência é que os índices de aprendizagem dos estudantes da Terra Prometida continuem a cair, uma clara demonstração de que os bilionários recursos públicos não estão sendo geridos e utilizados com eficiência em prol de melhorar na prática as condições de vida da população.