Sem contar a folha de pagamento de junho, o governo Josemira distribuiu R$ 77 milhões em pagamento de salários a servidores temporários no primeiro semestre deste ano. A conta não inclui o dinheiro do vale-alimentação. É a cabide de empregos proporcionalmente mais bem remunerada — e mais cara para o contribuinte — entre as prefeituras do Pará.
A informação consta do Portal da Transparência do Município de Canaã dos Carajás e não leva em conta o valor da folha dos puxa-saco comissionados da prefeita Josemira Gadelha. Também não computa o desembolso com a patronal sobre a folha de pagamento.
Apenas o valor pago em salários, de janeiro a maio, a servidores temporários pela administração da prefeita mais festeira do Pará seria suficiente para sustentar por um ano inteiro 25 municípios paraenses, a exemplo de São João do Araguaia (R$ 72 milhões), Brejo Grande do Araguaia (R$ 50 milhões), Sapucaia (R$ 48 milhões), Palestina do Pará (R$ 45 milhões) e Abel Figueiredo (R$ 43 milhões).
Numa matemática simples, com esses R$ 77 milhões que pagou em cinco meses a servidores temporários, Josemira conseguiria convocar 1.000 aprovados no concurso público atualmente em andamento pagando 12 meses de salário mais décimo terceiro no valor médio de quase R$ 6 mil.
Como há cargos oferecidos no certame com remuneração maior (minoria) e menor (maioria) que R$ 6 mil, o fato é que a prefeita Josemira poderia convocar praticamente o dobro das 556 vagas oferecidas no concurso, para o qual a teimosa gestora insiste em não formar cadastro reserva.
A Rainha do Camarote, que banca farras e shows milionários com dinheiro público e insiste em fazer tudo virar festa em Canaã dos Carajás, não esperou sequer o concurso em andamento ser finalizado para abrir um polêmico processo seletivo simplificado com vistas a manter a cabide de emprego perpétua na administração da Terra Prometida.
Por sorte, de camarote também está o Ministério Público, cujo promotor Emerson Oliveira não dá mole às improbidades da prefeita que se diz advogada, mas parece desconhecer completamente a Constituição, que preceitua concurso público como regra e contratação temporária como exceção. A conta política, administrativa e jurídica de mais essa lambança com dinheiro público vai chegar.