A reportagem do Portal Papo Carajás teve acesso aos depoimentos dos policiais envolvidos no caso do baleamento seguido de morte de Jorge da Costa Brandão, de 41 anos. A situação foi registrada na madrugada desta terça-feira (19), por volta das 0h30, e o caso ainda causa grande repercussão em Parauapebas e região.
Três cabos e um soldado da Polícia Militar estavam a bordo de uma das viaturas policiais do 23º Batalhão em Parauapebas. A reportagem ressalta que os depoimentos dos policiais foram colhidos pela Polícia Civil na 20ª Seccional de Polícia da cidade, logo após o acontecimento.
Em todos as transcrições, os quatro policiais são unânimes em afirmar que Jorge da Costa teria apontado uma arma para os policiais ao ser avistado em atitude suspeita na garupa de uma motocicleta Biz de cor rosa pilotada por uma pessoa ainda não identificada. Jorge foi alvejado por um tiro disparado por um cabo da PM e o parceiro relatado em depoimento, conseguiu escapar.
Ainda de acordo com os depoimentos dos policiais, Jorge chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal de Parauapebas, que fica localizado a direita da casa dele, mas faleceu logo depois.
Na Delegacia, os PMs apresentaram um revólver calibre 38 com duas balas intactas e duas deflagradas, bem como papelotes da droga crack que teriam sido recolhidos de um dos bolsos de Jorge.
DOR E REVOLTA NO ENTERRO DA VÍTIMA
Não era para ser diferente. Muita dor e comoção foram registrados no enterro de Jorge da Costa, ocorrido na manhã desta quarta-feira (20) no cemitério Jardim da Saudade, no bairro Vila Rica.
A viúva, Osmarina Silva, estava inconformada com a perca do marido. Ainda ontem (19), ela relatou ao Blog do Zé Dudu que Jorge era atestado como dependente químico, mas que não costumava andar armado, pelo contrário, tinha pavor de armas.
Amigos da vítima também afirmaram estranhar a forma como ele foi morto. “O Jorge nunca andava armado, ainda mais apontar arma para a polícia. Ele não era doido”, relatou um amigo de infância.
Jorge era bastante alegre e muito comunicativo, o que fez dele uma pessoa bastante conhecida em Parauapebas, vindo de família veterana no município. Além de uma vasta gama de amigos, ele deixa esposa e duas filhas.
