Foi divulgada na madrugada desta quarta-feira (1º) a nomeação dos 216 aprovados no concurso para ingresso no quadro de pessoal permanente da Agência Nacional de Mineração (ANM), uma das entidades mais importantes do Poder Executivo federal por regular a multibilionária atividade mineradora no país. Entre os novos servidores da entidade estão 16 paraenses que “sobreviveram” entre mais de 15 mil concorrentes à duas fases do certame e quatro tipos de provas. Eles agora vão reforçar o time de auditores especialistas em regulação da agência.
Conforme a Portaria ANM nº 1.858/2025, publicada no Diário Oficial da União (DOU), os novos servidores são um analista administrativo, dois especialistas da área de Geologia, cinco especialistas da área de Arrecadação de Receitas e oito especialistas da área de Engenharia de Minas.
Veja a publicação na íntegra aqui:
https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/servlet/INPDFViewer?jornal=529&pagina=87&data=01/10/2025&captchafield=firstAccess
O portal Papo Carajás foi informado de que um parauapebense está entre os aprovados, que também é servidor efetivo da Prefeitura de Parauapebas. Este portal tentou contato com o novo auditor, mas ele não quis dar entrevista, limitando-se a dizer que ainda está impactado e que a ficha não caiu após enfrentar provas eliminatórias do Cebraspe com diferentes tipos de corte.
Disputado até depois do fim
Segundo portais especializados em concursos públicos, certame para o quadro geral da ANM não ocorria havia 15 anos, e o cadastro reserva atual tem quase mil candidatos. Para as carreiras da área de mineração, a agência é o topo do serviço público. Propostas que tramitam no Congresso preveem colocar as agências reguladoras no mesmo pedestal que Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal.
A seleção para o quadro da ANM desencadeou chuva de demandas judiciais por razões diversas, e até absurdas, com candidatos desesperados para entrar nas vagas imediatas por conta principalmente do salário. O topo da carreira é alcançado após apenas 13 anos de serviço, e a remuneração inicial é uma das cinco maiores do Executivo federal, superando R$ 30 mil.
No entanto, nada conseguiu parar o concurso, que entrou para a história como o mais difícil de 2024, com provas objetivas que totalizaram 220 questões, prova discursiva e prova de títulos. As avaliações, aliás, tiveram conteúdo denso em disciplinas da área de Direito. Candidatos usaram as redes sociais para reclamar da primeira prova, alegando que o concurso se assemelhava à seleção de juízes devido à quantidade de assuntos da área jurídica, além de inglês.
O grau de dificuldade foi tamanho que houve eliminação em massa e sobraram vagas nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal para a área de Engenharia de Minas. Nesses lugares, as oportunidades não foram preenchidas nem mesmo por candidatos formados em instituições tradicionalíssimas, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).