O governo de Josemira Gadelha parece ter algo contra servidores concursados, que entram na administração pela porta da frente. A Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Funcel) ilustra bem essa realidade: é um verdadeiro paraíso de comissionados.
Em meio à polêmica do concurso vigente, em que a prefeita Josemira mandou restringir a convocação do certame para só, e somente só, quem estiver dentro das vagas imediatas, a situação da Funcel vem à tona: dos 24 servidores da fundação listados no Portal da Transparência do Município de Canaã dos Carajás, 15 são servidores não-estáveis, isto é, não são concursados.
A diretora-presidente da Funcel, Taís Leite Carvalho, é um exemplo. Ela, que ocupa cargo político, indicada direta da prefeita Josemira, não tem estabilidade. Além de Taís, 11 servidores da fundação ocupam cargos comissionados e três, funções temporárias. Juntos, comissionados e contratados representam 58% da força de trabalho da Funcel e desempenham atividades de procedência e utilidade duvidosas.
Sobram apenas nove servidores efetivos, cuja remuneração básica chega a ser inferior à dos puxa-saco enfiados na Funcel por Taís e Josemira. Há na fundação, inclusive, postos que foram disponibilizados no concurso vigente.
Se fosse de interesse da prefeita moralizar o serviço público em Canaã dos Carajás, ela permitiria a abertura de cadastro reserva no concurso em andamento e substituiria os temporários e até mesmo os comissionados por mão de obra efetiva. No entanto, ao tentar burlar a regra do concurso para manter cabides perpétuas de emprego, Josemira atrai para si a desconfiança de servidores e da sociedade, bem como põe sua gestão na mira dos órgãos de fiscalização e controle externo por desmandos na despesa com pessoal.