Mais uma denúncia grave cai como uma bomba sobre a administração do prefeito Valdir Lemes, de Novo Repartimento. A gestão, já marcada por escândalos de nepotismo, agora mergulha ainda mais em uma crise ética e moral que escancara o descaso com a coisa pública. O caso mais recente envolve a nomeação de sua filha, Ana Karoline de Almeida Machado, como Secretária de Cultura, com um salário de R$ 11 mil, mesmo residindo em Marabá e cursando Medicina em tempo integral.
A distância entre Marabá e Novo Repartimento é de mais de 200 km. O cargo que Ana Karoline ocupa exige dedicação exclusiva e presença constante no município. No entanto, registros acadêmicos mostram sua participação ativa no curso de Medicina da FACIMPA, incluindo presença em aulas, atividades laboratoriais e em hospitais — atividades incompatíveis com o exercício diário da função pública.
Apesar disso, a folha de pagamento da Prefeitura de Novo Repartimento referente ao mês de maio aponta que Ana Karoline recebeu R$ 8.193,81 líquidos por 30 dias trabalhados. A pergunta que ecoa nas ruas e nas redes sociais é uma só: como exercer um cargo público de dedicação exclusiva, sendo aluna em período integral a 200 km de distância?
Essa denúncia reacende a polêmica de 2023, quando veio à tona a nomeação do genro de Valdir Lemes, Geovan Ramos, como Procurador do Município, também com salário elevado — R$ 18 mil mensais. À época, o escândalo foi abafado com a exoneração de Geovan, mas o padrão se repete: em vez de corrigir o rumo, o prefeito nomeou a filha para um cargo ainda mais exposto.
O Ministério Público já classificou os dois casos como nepotismo. As investigações seguem para apurar possível fraude administrativa, enriquecimento ilícito e uso indevido de recursos públicos. Enquanto isso, servidores efetivos, que enfrentam rotinas exaustivas por salários baixos, assistem à elite familiar do prefeito se beneficiar de cargos de alto escalão — e longe da cidade.
Conexão perigosa: Valdir Lemes e Eliane Lima
O que torna a situação ainda mais preocupante é a estreita ligação política entre o prefeito Valdir Lemes e a atual pré-candidata à Prefeitura de Tucuruí, Eliane Lima. Considerada sua aliada de primeira hora, Eliane tem apoio declarado de Valdir, o que acende um sinal de alerta para o eleitorado de Tucuruí.
Se Valdir Lemes já demonstrou incapacidade de administrar com responsabilidade e compromisso com a ética, o que se pode esperar de uma candidata que se associa a esse tipo de gestão? A possível continuidade de práticas nocivas como o favorecimento familiar, o desrespeito ao erário e o abandono dos princípios básicos da administração pública.
“Até quando?” – a pergunta que não cala
A população de Novo Repartimento está revoltada, e com razão. A sensação de impunidade e de abuso de poder é latente. Enquanto isso, a Prefeitura segue em silêncio. Nenhuma declaração oficial do prefeito, nenhuma retratação, nenhum plano de reparação. A única resposta até agora foi o silêncio institucional — e a indignação popular.
A aliança entre Valdir Lemes e Eliane Lima deve ser vista com cautela. A omissão, o desprezo pela transparência e a tentativa de blindar familiares em cargos públicos são marcas de uma administração que claramente prioriza interesses pessoais em detrimento do coletivo.
Tucuruí não pode correr o risco de importar esse modelo de gestão. A democracia exige vigilância, responsabilidade e, acima de tudo, respeito pelo povo.