É frustrada qualquer tentativa de defender o indefensável em Canaã dos Carajás: a prefeita Josemira Gadelha — que inventou cláusula de barreira para inibir a formação de cadastro reserva do concurso público em andamento — desafia os órgãos de fiscalização e controle externo, bem como a própria Constituição, ao insistir com a medida e ir além: abrir 1.543 vagas para contratação de servidores não estáveis, desprezando quem estudou duro para conseguir entrar pela porta da frente na administração da Terra Prometida.
Na educação, onde a gestora promove um verdadeiro desmonte que tem levado à derrocada do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), foram abertas apenas 65 vagas para professores no concurso em andamento, mas, por outro lado, Josemira lançou recentemente um processo seletivo simplificado para contratar oito vezes mais educadores com vínculo precário.
E não bastasse toda a polêmica, abriu licitação para contratar empresa terceirizada com vistas a ofertar mil oportunidades em três funções nas escolas da rede pública municipal. O resumo da ópera da festeira prefeita é expresso nos seguintes versos:
— 543 vagas para professores via processo seletivo
— 1.000 vagas para profissionais de apoio, mediadores de aprendizagem e monitores via terceirizada
Cupinchas e porta-vozes da omissa gestora — que está sendo alvo de questionamentos por parte do Ministério Público por medidas administrativas destrambelhadas — até tentam, porém não conseguem explicar habilmente aos candidatos aprovados no concurso as razões pelas quais a prefeita abomina quem estuda e venera puxa-saco.
Esses interesseiros e pseudodefensores das trágicas medidas administrativas de Josemira acabam detonados, e com razão, nas redes sociais pelos candidatos aprovados no concurso e que aguardam um desfecho para a crise que a prefeita criou no edital do certame.
A resposta para o que os bajuladores não conseguem explicar é simples: Josemira precisa manter a cabide de empregos para tocar seu projeto de poder político, que inclui testar o nome de seu esposo, Eugênio Gadelha, para deputado em 2026. Ela sabe que 1.543 pessoas empregadas na prefeitura sem serem efetivas são “presas fáceis” para garantir voto, e a Secretaria Municipal de Educação (Semed), cujos indicadores são decadentes e vexatórios para um município bilionário, é o palco propício para essa manobra.
Uma contratação e outra de temporário ou terceirizado, ou mesmo mil destes, passam despercebidas dentro de uma receita que beira R$ 2 bilhões líquidos por ano, não é mesmo? É a notabilização da improbidade, que insiste em manter Gadelha na mira do MP.