No dia 22 de março, o The Intercept Brasil divulgou um vídeo em que mostra um policial militar estrangulando uma comerciante por 38 angustiantes segundos em Itajaí, interior de Santa Catarina (SC). Tal vídeo foi registrado por uma câmera acoplada ao próprio uniforme do agente de repressão, Adair de Oliveira, em 3 de dezembro de 2019.

 

No vídeo, Beatriz de Moura Silva de Oliveira chega à padaria que administra no momento em que os policiais Adair de Oliveira e Khaique Ferreira da Silva prendiam em um suposto flagrante e com cinco trouxinhas de cocaína, Jadson José da Silva. A comerciante abordou os PMs, por estarem atrapalhando a entrada de clientes na padaria, a situação não demorou a escalar.

Enquanto Beatriz e o policial Adair discutiam, o agente Khaique entrou na padaria e exigiu aos berros os documentos de Antônio César de Oliveira, marido de Beatriz. Ao pedir a uma funcionária para ligar para a polícia, o comerciante foi imobilizado e arrastado para a calçada por Khaique. Ao ver o que estava sendo feito ao seu marido, Beatriz esticou o braço à esquerda de Adair, que a empurrou com a mão no pescoço. A comerciante tentou afastar a mão do agente de repressão que, por sua vez, respondeu mais violentamente.

Adair derrubou Beatriz e passou a segurá-la pelos cabelos. O PM deu voz de prisão com a comerciante já imobilizada, com o rosto voltado para o chão, mesmo assim, ele começou a estrangulá-la. Na gravação é possível ver Beatriz com o rosto roxo e inchado, devido a falta de ar, e espumando pela boca. Sua filha, de apenas 13 anos, tentou conter o policial que continuou asfixiando Beatriz por mais 38 segundos.

Ainda com a mão no pescoço de Beatriz, o agente de repressão jogou, a poucos centímetros de distância do rosto da mesma, um jato de spray de pimenta por quatro segundos. Em seguida, Adair a colocou no chão de bruços e a algemou.

 

Beatriz foi acusada pela dupla de policiais militares de tráfico de drogas e associação ao tráfico, além de desacato, desobediência e resistência à prisão. Para não passar a noite detida, foi obrigada a pagar R$ 998 de fiança. Seu marido, Antônio, foi acusado dos mesmos crimes, exceto associação ao tráfico. Não há qualquer registro de antecedentes ou provas que comprovem qualquer ligação do casal de comerciantes com o tráfico de drogas. Já os dois PMs seguem até o presente momento trabalhando no atendimento de ocorrências por telefone no Centro de Operações Policiais Militares de Itajaí.

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