Hoje (21), o pedreiro Marcio Bazilio Furtado Rocha, de 42 anos, vai a júri popular na Comarca de Marabá. Ele é acusado de feminicídio, praticado contr a a ex-esposa, Eliane de Souza Jorge, em setembro de 2017. O julgamento será presidido pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki e a previsão é de que tenha a duração de dois dias.

De acordo com a peça acusatória, Marcio Rocha e a vítima conviveram durante 21 anos e tiveram quatro filhos frutos do relacionamento. Na tarde do dia 20 de setembro de 2017, o acusado teria buscado a ex-mulher no trabalho e os dois teriam ido a um motel da cidade. Após uma discussão, Márcio Rocha teria esfaqueado Eliane Souza. O acusado chegou a afirmar que levaria à vítima ao hospital de carro. Ainda segundo a denúncia, ao perceber que não estavam indo ao hospital, Eliane teria se jogado do carro em movimento. Foi quando Marcio teria parado o carro, asfixiado a ex-companheira e escondido o corpo.

Na volta para casa, o acusado perdeu o controle do carro, sofreu um acidente, foi socorrido e hospitalizado. Ainda segundo a denúncia, os familiares de Eliane perceberem a ausência da vítima e encontraram seus pertences no carro de Marcio. Questionado por policiais, o acusado teria confessado o crime e indicado o local onde escondeu o corpo da vítima.

O Ministério Público Estadual denunciou o acusado por crime de homicídio qualificado pela utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e emprego de meio cruel, prevalecendo da condição do sexo feminino e das relações familiares, cumulado com o crime de ocultação de cadáver.

Durante o juízo de admissibilidade da acusação, a defesa do réu não apresentou testemunhas nem provas que sustentassem a impronúncia. Marcio se manteve em silêncio durante os questionamentos sobre o dia do ocorrido e se limitou a dizer que estava separado a menos de seis meses de Eliane e que os filhos tinham ficado com ele, pois ela teria abandonado a todos.

REFORÇO

Este caso e outros júris no Estado, fazem parte do esforço do Judiciário Nacional em julgar o maior número possível de casos de feminicídio, como uma ação da Semana Nacional Justiça pela Paz em Casa, do Conselho Nacional de Justiça, e coordenada localmente pela desembargadora Diracy Nunes Alves, da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).

Comentários