A delegada Bárbara Lomba não descartou a participação da deputada federal Flordelis na morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. A declaração foi dada durante entrevista na Delegacia de Homicídios de Niterói no fim da manhã desta quinta-feira.

– O crime foi cometido em um ambiente familiar e há outros envolvidos (além de Flávio e Lucas) e há uma motivação final – disse Bárbara. – O contexto todo da família está sendo investigado. E a deputada faz parte da família.

Bárbara revelou ainda que a principal suspeita da polícia de motivação para o crime está relacionada à questão financeira:

– De uma forma geral, o que há nesta altura da investigação é que a motivação seria por razões financeiras, de administração de bens. Então, isso seria uma das linhas. Então, uma das qualificadoras do crime seria por motivo torpe por essa razão – disse ela.

 

A delegada afirmou que há implicações legais em dizer que a parlamentar é uma das investigadas do caso. Mas não descartou a possibilidade de envolvimento de Flordelis e outros membros da família no crime, além de Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza, filhos de Flordelis.

Investigados na primeira fase do inquérito encerrada ontem, ambos confessaram participação no assassinato, foram indiciados e tiveram a prisão preventiva solicitada. A delegada explicou que o pedido de indiciamento foi baseado em uma arma encontrada no quarto de Flávio, que foi usada no crime e tinha um pelo dele preso, conforme provou a perícia e, no caso de Lucas, na sua confissão e em depoimentos que indicaram sua participação.

– O Flávio confessou ter participado da execução do crime, ter efetuado disparos contra a vítima com aquela arma e o Lucas confessou que auxiliou o Flávio a conseguir a arma de fogo. Ele fez os contatos para o fornecimento da arma de fogo utilizada no crime, sabendo que o Flávio tinha intenção de matar a vítima – disse Bárbara.

 

A arma do crime teria custado entre R$ 8 mil e R$ 9 mil, segundo a delegada. A policial afirma que Flávio atribui o assassinato a um sentimento de raiva que tinha com relação a Anderson surgido em função de alguma descoberta feita sobre ele:

– Ele diz genericamente que era uma raiva por algo que ele poderia ter sabido. Mas isso não se comprovou ainda, que o fato que ele soube realmente aconteceu e que essa é a motivação central do crime. As investigações não apontam para que esta seja a motivação central do crime – disse Bárbara – Nós notamos que havia um problema de relacionamento ali dentro da família.

Flávio e Lucas foram transferidos por volta de 9h15 desta quinta-feira da DHNSG para a unidade de triagem da Secretaria de Administração Penitenciária do estado, em Benfica. De lá, seguirão para presídio a ser designado pelo órgão.

 

 

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