Com aproximadamente 11 mil pessoas enterradas, entre crianças e adultos, o cemitério Jardim da Saudade, localizado na rodovia Faruk Salmen, bairro Vila Rica, em Parauapebas, está prestes a ser desativado.

É que o número de covas já está alcançando o total da área destinada para o sepultamento dos corpos, existe uma área de mata, mas trata-se da área verde do local, que não pode ser alterada.

O Portal Papo Carajás esteve em conversa com Juvenal de Lima Freire, coordenador do cemitério municipal, mas também chamado como delegado do cemitério. Mais a frente contamos o motivo.

 

Juvenal, o delegado do cemitério: “Depois que entra aqui, não tem como sair”

Juvenal de Lima afirma que tratou de liberar mais 40 metros de área destinada ao enterro de pessoas. O coordenador diz que não tem como acertar quando o cemitério deve ficar totalmente lotado, haja vista que em alguns dias muitas pessoas são sepultadas, mas em outros dias, o movimento é bem menor. “Acredito que até dezembro teremos vaga para sepultamentos, porém, não posso definir uma data certa, enquanto isso, a Prefeitura de Parauapebas já está providenciando uma nova área para o cemitério, apesar de que esse processo é lento”, revelou Juvenal.

 

Outra possibilidade para continuar o sepultamento de pessoas até a área de 40 metros acabar, seria o cemitério vertical. Os corpos seriam engavetados, um em cima do outro, em compartimentos separados. Mas é uma hipótese, nada confirmado.

 

O coordenador ainda revelou que muitas pessoas se assustam ao visitar o túmulo do ente querido. “Tem gente que enterra o parente aqui e depois de três meses vem visitar, aí leva um susto, não sabe mais onde enterrou a pessoa. Aqui é realmente de se assustar, mas tenho tudo computadorizado, imprimo um mapa e repasso para o parente, assim ele pode encontrar a túmulo”.

MAIORIA DOS SEPULTADOS SÃO JOVENS

“Os mortos enterrados com mais frequência são na faixa etária de 13 a 25 anos, um dia amanheceu quatro jovens para serem enterrados, o mais velho tinha 20 anos. A maioria com passagens pela polícia e envolvidos com o mundo do crime, infelizmente é assim”.

 

O Papo Carajás perguntou de onde surgiu o apelido de delegado do cemitério. “É uma brincadeira que o povo faz. Eles falam que na Delegacia o cara é preso de manhã e solto pela tarde, mas aqui não, depois que entra aqui, não sai mais. É apenas uma brincadeira”, finalizou Juvenal.

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