Em jogo de vida ou morte, o Paysandu enfrenta, hoje, a partir das 20h (horário de Belém), o Guarani-SP, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, pela 36ª rodada da Série B do Brasileiro. O Papão, mais do que nunca, precisa da vitória para manter-se de pé na luta que trava pela permanência na competição em 2019. Uma derrota pode decretar o rebaixamento do time bicolor à Série C do ano que vem. O empate dá sobrevida à equipe, aumentando, porém, a possibilidade de queda do único representante da região Norte, numa espécie de melhora para a morte, como se diz popularmente.

Tendo remotas chances de acesso – apenas 1,6%, segundo o site Chance de Gol -, o Guarani quer ao menos aproveitar a debilidade do visitante para melhorar sua posição na classificação, que até o início da rodada, ontem, era a 9ª colocação, com 50 pontos. Na impossibilidade de terminar a competição no G4, grupo formado pelos quatro melhores clubes, o Bugre, como é apelidada a equipe campineira, pretende fechar sua participação no campeonato o mais perto possível da parte de cima da classificação. Para tanto, almeja vitória em seus últimos três jogos, o primeiro deles contra o Papão.

O técnico João Brigatti espera que seu time dê continuidade ao embalo da vitória sobre o Oeste-SP, na rodada passada, resultado que reacendeu as esperanças de continuidade do clube na Segundona. O triunfo, além de elevar o Paysandu da 18ª para a 17ª colocação, também pôs fim ao jejum de oito jogos seguidos sem vitória da equipe na disputa. Uma nova vitória frente ao Guarani ainda não deixará o Papão fora da zona da morte, mas poderá ampliar as chances de o time se livrar do vexame do rebaixamento, além de injetar maior ânimo ao grupo para a partida seguinte, terça-feira, contra o Figueirense-SC, também fora de casa.

Com 37 pontos, o Papão, vencendo, chegará a 40 pontos e, dependendo do resultado do confronto entre Criciúma-SC e CRB-AL, 15º e 16º, com 41 e 42 pontos, respectivamente, poderá ficar a apenas um ponto do time alagoano, desde que o Tigre faça o seu dever de casa, na cidade de Criciúma. A partida, de grande interesse para os bicolores, acontece às 16h (horário de Belém), bem antes do confronto do Brinco de Ouro.

O ADVERSÁRIO

– O empate sem gols diante do Figueirense-SC, na rodada passada acabou deixando o Guarani a sete pontos de distância para o quarto colocado, praticamente descartando qualquer possibilidade de o time disputar a elite do futebol nacional em 2019. Após a partida, o técnico Umberto Louzer lamentou o resultado, reclamando da falta de agressividade de sua equipe, o que ele espera que não volte a ocorrer, hoje, diante do Paysandu, em Campinas.

– “Agora é olhar para frente, sábado (hoje) temos mais uma oportunidade dentro de casa, continuar nesta sequência de boa performance para continuar na briga pela parte de cima da tabela”, sonha o treinador. Louzer admite que são remotas, quase inexistentes, as chances de o Bugre ascender ao G4. Ele pede aos seus comandados que ao menos honrem a camisa do clube nas últimas rodadas, a começar na partida diante do Papão.

– “Temos que honrar essa camisa, honrar a nossa imagem. Temos uma oportunidade de jogar dentro de casa, precisamos fazer uma boa atuação, conquistar a vitória e continuar sonhando. Nós escorregamos em pontos nas rodadas passadas. Dentro de casa temos que nos impor para sairmos com a vitória”, afirmou Louzer. A equipe tem, a princípio, apenas um desfalque certo para a partida. O zagueiro Fabrício cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo e Ferreira deverá substitui-lo.

Ele sai do ostracismo para ser a esperança da Fiel

BOLA NA REDE

De bola cheia com o torcedor do Paysandu, o atacante Magno, autor de dois gols na vitória, por 4 a 3, sobre o Oeste-SP, na rodada passada, é uma das apostas do técnico João Brigatti e da Fiel para que o Papão supere, hoje, o Guarani-SP e se mantenha com chances de evitar o rebaixamento à Série C de 2019. Praticamente esquecido pelos técnicos que passaram pela Curuzu – Marquinhos Santos, Dado Cavalcanti e Guilherme Alves – e, a princípio, até mesmo pelo atual comandante bicolor, o jogador não chega a se surpreender com o ostracismo viveu dentro do clube.

“O futebol dá voltas. Às vezes você trabalha corretamente esperando uma sequência que nem sempre acontece. De repente você entra e consegue mostrar o seu potencial”, diz Magno, que do início do ano pra cá fez 28 jogos, nos quais marcou cinco gols, três deles na Série B do Brasileiro. Motivado pela atuação que teve na partida passada, o jogador se diz confiante em vitórias nos dois jogos em sequência que o time bicolor fará fora de Belém, resultados indispensáveis para que o sonho de permanência do time na Série B seja mantido vivo.

“A vitória que tivemos nos deu uma confiança e um ânimo a mais para essas duas partidas fora de casa”, garante Magno. “A gente sabe que são jogos difíceis, mas vamos lutar, acreditando que tudo pode dar certo”, afiança o atacante, que ainda guarda a boa lembrança da partida contra o Oeste. “Foi a partida mais emocionante que já participei em minha carreira”, assegura. O fato de o Bugre não aspirar mais o acesso, segundo Magno, não muda em nada as dificuldades para o Papão. “Neste momento da competição não existe jogo fácil, independente da situação dos adversários”, analisa o atacante.

E MAIS…

– A cidade de Campinas não poderia ser mais propícia para o Paysandu manter vivo o sonho de continuar na Série B no ano que vem. Foi lá que o Papão obteve a sua única vitória até aqui jogando fora de casa na edição deste ano do campeonato. Enfrentando o arquirrival do Guarani, adversário de hoje, o time bicolor derrotou, logo na primeira rodada do campeonato, a Ponte Preta-SP, por 1 a 0, gol anotado pelo atacante Cassiano, que se transferiu para o futebol da China. Além disso, o Guarani foi o adversário do Papão na decisão da Série B de 1991 e ficou com o vice. Outra boa lembrança no retrospecto.

– A atmosfera positiva da cidade campineira poderá colaborar para um bom desempenho do time paraense diante do Bugre. Mas isso, como ressalta o volante Willyam, não é tudo o que o Papão precisa para deixar o estádio Brinco de Ouro da Princesa com esperança de evitar o rebaixamento à Série C de 2019. “Tem que entrar com sangue nos olhos por causa da situação que estamos no campeonato. São quatro pontos para sair da zona”, salienta.

AGORA VAI

Confiança na salvação bicolor está renovada

O Paysandu encerrou, ontem, em Campinas, com um treino à tarde, no Centro de Treinamento da Ponte Preta-SP, seus preparativos para o confronto com o Guarani. O volante Nando Carandina voltou a mostrar sua confiança na permanência do time na Série B em 2019. O jogador se apega a experiências vividas por outros companheiros de profissão, que, segundo ele, viveram situações até piores do que a enfrentada, hoje, pela equipe bicolor. “A gente já viu muitas situações piores. Já convivi com jogadores que me contaram de ter 1% de (chance de) escapar. Enquanto tivermos chances vamos lutar”, comentou. De acordo com o jogador, a vitória suada sobre o Oeste, com gol decisivo na reta final, mexeu, de maneira positiva, com o emocional do time bicolor. Ele disse confiar que o Paysandu poderá mostrar a mesma disposição na partida fora de casa. “Vamos bem confiantes para esse jogo contra o Guarani, sabendo da responsabilidade que temos na partida”, declarou. “A gente viveu tanta coisa no ano, então sabemos o que fazer e o que fizemos de errado e que precisa ser corrigido”, arrematou.

 

 

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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