A população do Oeste do Pará vive dias de pânico. A nova onda da Covid-19, agravada pela nova cepa do vírus com mutação em Manaus(AM), já atinge os paraenses. Pelo menos cinco pessoas já morreram sem poder respirar em Faro – um dos municípios mais pobres da região, na divisa do Pará com o Amazonas -, e quatro eram da mesma família. Não há oxigênio medicinal na cidade para os quarenta pacientes internados em estado grave, com saturação abaixo de 80. O prefeito Paulo Vítor Mileo Carvalho, muito impactado emocionalmente, chorou apelando por socorro aos governos estadual e federal. A situação é desesperadora. Faltam leitos, médicos especialistas, equipamentos para exames de imagem, remédios e equipamentos de segurança para os profissionais de saúde que trabalham na linha de frente, e a prefeitura não tem dinheiro para comprar os insumos e equipamentos.

Em transmissão ao vivo há poucos minutos, o prefeito de Oriximiná, Willian Fonseca, manifestou seu repúdio ao secretário adjunto de Gestão de Políticas de Saúde do Pará, Sipriano Ferraz Santos Jr., que em teleconferência com todos os prefeitos, em nome do governador Helder Barbalho, ao ouvir o seu apelo por socorro enfatizando a falta de oxigênio, falou que isso era “problema do planejamento de cada município”. A resposta causou revolta e indignação.

O Delegado Fonseca voltou a apelar ao presidente da República, ao governador Helder Barbalho e a todos os políticos, sem distinção de cor partidária, para que ajudem a população. A prefeitura de Oriximiná comprou uma usina de oxigênio mas não conseguiu o transporte do equipamento, que deve ser em aeronave adequada. A Mineração Rio do Norte, que há quarenta anos lavra bauxita no distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná, doou cinquenta cilindros há alguns dias, mas até agora não respondeu à solicitação do transporte da máquina. Milhares de vidas estão em jogo.

 

 

 

 

 

Fonte: Blog da Franssinete Florenzano

Comentários