O Pará foi Estado com o terceiro maior número de homicídios em maio deste ano, considerada a proporção populacional. Com 353 homicídios no mês, o Pará teve um índice de 4,20 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. O índice só fica abaixo do Acre (4,4) e Roraima (4,7). Em números absolutos, apenas o Rio de Janeiro (434), Ceará (372) e Pernambuco (355) tiveram mais assassinatos que o Pará em maio. Os números fazem parte do Monitor da Violência, levantamento exclusivo do portal G1, que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no País.

Ao menos 1.713 pessoas foram assassinadas nos cinco primeiros meses deste ano no Pará, o que corresponde a quase 12 vítimas por dia. Essa média chega a ser maior que a proporção de todo o ano passado, que apontou 11 vítimas fatais diárias, decorrente de um total de 4.043 assassinatos durante os 365 dias. O número consolidado até agora contabiliza todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.

O número total de assassinatos no ano coloca o Pará, novamente, na quarta posição do ranking nacional da violência. O Rio de Janeiro respondeu pelo maior número de homicídios nesses cinco meses, totalizando 2.408 vítimas. Em segundo aparece o Ceará, com 1.976 assassinatos; seguido por Pernambuco, com 1.944. Em todo o País, foram 21.305 pessoas assassinadas entre janeiro e maio. No entanto, o número de vítimas é ainda maior que esse: a estatística não comporta os dados totais de cinco Estados, que não divulgam todos os números: Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia e Paraná. Apenas em maio foram 3.346 homicídios, sendo 10,55% no Estado do Pará.

Ainda de acordo com a pesquisa, o mês de maio foi o terceiro mais violento do ano no Pará. Segundo a pesquisa, janeiro registrou 391 homicídios; em fevereiro e março, os casos caíram para 295 e 282, respectivamente. Já em abril, o número de assassinatos no Estado voltou a crescer e alcançou o maior registro em 2018: 392 homicídios.

O levantamento traz ainda análises sobre a violência no Estado. Para o especialista em segurança pública, Major Kleverton Firmino, há dois fatores criminais que tem causado o aumento no índice de mortes violentas no Pará. “Cada vez mais os jovens são vítimas da violência, devido à questão do tráfico, de falta de políticas públicas nas regiões mais periféricas e isso deixa margem para que as organizações criminosas comecem a influenciar esses jovens. Então, eles começam a entrar cedo no mundo do crime e nisso está crescendo muito as mortes violentas nessa faixa-etária. Hoje, além do tráfico, temos a questão das facções, que levaram o número de homicídios a crescer muito. Temos várias situações que aconteceram em Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e elas vieram agora para o Pará, para o Norte do País”, explica.

Segundo o major, para mudar esse canário é necessário um trabalho de base com esses jovens. “Temos que combater essa questão da violência, fazendo um trabalho com os jovens, com as crianças, um trabalho de base, porque ele vem desde a família. Então, é um trabalho com as famílias, de políticas públicas mais eficientes e uma polícia mais equipada e preparada para combater esses crimes. É todo um trabalho para reduzir esses números gradativamente. Uma coisa que também pode modificar e ajudar é uma justiça mais célere, um trabalho para ressocializar o jovem do sistema penal.”

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