O mototaxista Diolino das Chagas Brito, 43 anos de idade, foi parar no hospital na noite de sábado, 14, vítima de um grave acidente.

De acordo com informações, o mototaxista trafegava pela rodovia PA-275, no veículo locado de placa OFP-2754, no perímetro urbano entre o bairro Novo Brasil e Cidade Jardim, quando foi atropelado por um veículo Eco Sport, cor vermelha, de placa OTD-3177, conduzido pelo mecânico Mozaniel Costa Ferreira, 44 anos. Mozaniel, estaria visivelmente embriagado e teria avançado a contramão da pista, indo de encontro com o piloto da moto. Na colisão, Diolino sofreu fraturas expostas quebrando o fêmur esquerdo. Socorrido, a vítima foi encaminhada ao Hospital Geral de Parauapebas, enquanto que o motorista foi preso em flagrante e apresentado a polícia.

 

Minutos depois, a frente da Delegacia ficou “amarelada” de mototaxistas procurando saber se o acusado iria ficar preso. A colisão foi tão forte que danificou bastante o moto da profissional.

Um dos colegas de trabalho do mototaxista disse para reportagem que Diolino Chagas trabalhava na moto locada e que pagava cerca de 800 reais de aluguel ao dono do veículo e também sustentava sua esposa e dois filhos menores. “Queremos que o motorista se responsabilize em assumir seus atos e também que tenha a responsabilidade de ajudar nosso amigo que agora com a perna quebrada ficará muitos dias sem trabalhar. Quem irá trazer o pão de cada dia aos filhos dele”, cobrou.

Com receio que os mototaxistas furiosos colocassem fogo no veículo do causador do acidente, o delegado plantonista Fabrício Andrade pediu ao motorista do guincho que levasse o Eco Sport para outro local e não ficasse na frente da Delegacia como acontece com os veículos que se envolvem em acidente com vítimas graves.

De acordo com o delegado Fabrício Andrade, o acidente causou lesões graves ao mototaxista que teve faturas expostas. “Conversei com o médico, ele nos relatou que vai demorar no mínimo 6 meses para a vítima se recuperar. Por isso, o motorista foi autuado por dois crimes: por embriaguez ao volante e pelo crime de lesão corporal culposa cometida na condução de veículo automotor”. Ainda de acordo com o delegado, em virtude dos dois crimes, não será arbitrada fiança policial, de modo que o motorista do carro foi autuado e encaminhado para carceragem da SUSIPE no bairro Verde, e na segunda-feira, 16, o mesmo foi apresentado na audiência de custódia, ficando a disposição da justiça.

 

O delegado faz uma alerta a sociedade, informando que quando nós assumimos o volante de um veículo em estado de embriaguez, o motorista está se enquadrando no artigo 306 do Código Penal Brasileiro e artigo 303, que é a lesão corporal culposa cometida na condução do veículo. Então, as somas das penas máximas impedem que o delegado de polícia arbitre fiança.

“Criaram uma fantasia que tem que ser feito o exame de dosagem alcoólica ou bafômetro isso é (mito) desde 2012, houve uma alteração na lei e de qualquer forma é direito admitido de provas ela é válida se o agente público atestar visualmente a embriaguez do condutor, haja vista que é possível ao ser humano presumir, ou pelo menos inferir, de que a pessoa está embriagada ou até mesmo se o sujeito está com um hálito de bebida alcoólica, assim sendo, ele não fala de modo coerente, ele não se sustenta em pé. Eu, como agente aplicador da Lei, posso atestar que o mesmo está sobre efeito de álcool e os polícias que fizeram a atuação são agentes públicos e eles podem atestar que o sujeito está embriagado ou não, a Lei leva em consideração a constatação feita pelo agente público que é o policial. Quando a perícia não é realizada, o delegado inclui nos procedimentos o prontuário médico e também o atestado da situação do paciente que é incluído no fragrante delito.

Texto: (Neide Folha reportagem Caetano Silva)

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