A Rede Globo, divulgou na madrugada desta quarta-feira (30), uma nota esclarecendo às ofensas que o presidente Jair Bolsonaro fez a emissora.

“A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações.

O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação.

A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações.”

Entenda

Após uma reportagem exibida no Jornal Nacional, onde investigações da Justiça apontam que o nome do presidente está associado ao assassinato de Marielle Franco, Bolsonaro decidiu fazer uma live no facebook com ofensas a emissora.

Segundo informação exclusiva do Jornal Nacional desta terça-feira (29), um dos envolvidos no assassinato da vereadora, morta em 14 de março de 2018, esteve no condomínio do presidente Jair Bolsonaro no dia do homicídio e se registrou como visitante de Bolsonaro. No entanto, o acusado teria visitado o policial militar Ronnie Lessa, preso apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle.

Ainda de acordo com o JN, com a citação ao presidente da República, o caso deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A corte ainda não informou se irá assumir o caso.

Bolsonaro abriu guerra contra a emissora e também contra o aliado e governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Acusou a emissora de fazer um “jornalismo podre e canalha” e Witzel de ter vazado o processo sobre o assassinato para a TV Globo.

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