O Ministério da Saúde informou ontem que, de 30 de dezembro de 2018 a 24 de agosto deste ano, foram registrados 4.429 casos de dengue no Estado do Pará. A média é de 12 casos por dia e representa um aumento de 32,9%, na comparação com 2018. No ano passado, o período somou 3.332 notificações, portanto, um incremento de 1.097 ocorrências nestes oito meses. Com o aumento das notificações, a taxa de incidência da doença atual no Pará, que considera a proporção de casos para o número de habitantes, é de 52,0 casos para cada 100 mil habitantes – ante 39,1 do mesmo período de 2018.

Em todo o País foram 1.439.471 casos de dengue em 2019, o que corresponde a um incremento de 599,5% em relação ao total do ano passado (205.791). A taxa nacional de incidência da dengue é 690,4 casos a cada 100 mil habitantes (era 98,7). Minas Gerais é, até o momento, o Estado com o maior número de ocorrências, com um total de 471.165. Um ano antes, os municípios mineiros registravam 23.290 casos. São Paulo (437.047) aparece em segundo lugar, sendo, ainda, a unidade federativa em que a incidência da doença mais cresceu (3.712%), no intervalo de análise. Em 2018, foram reportados 11.465 casos. Ainda foram destaque negativo no balanço Goiás (108.079 casos), Espírito Santo (59.318) e Bahia (58.956).

Quando o critério é a variação por região do país, o quadro mais crítico se encontra no Sul (3.224,9%), que contrasta com o do Centro-Oeste (131,8%). No Norte, o aumento foi de 157,3%, passando de 10.448 casos em 2018 para 26.890 em 2019. Além do Pará, puxaram a alta nortista os estados de Roraima (1.073,9%), Acre (114,6%), Tocantins (79,1%) e Rondônia (37,2%). Em compensação, dois estados da região foram os únicos do País a apresentarem queda na prevalência da dengue: Amazonas, que diminuiu o total de 1.962 para 1.384 (-29,5%), e Amapá, onde houve redução de 608 para 141 (-76,8%).

No total, 591 pacientes com a doença morreram, neste ano, em decorrência de complicações do quadro de saúde. Nenhum desses casos foram no Pará, porém, o boletim aponta dois óbitos em investigação. O levantamento ainda revela sete notificações de dengue com sinais de alarme no estado. Em 2018, foi anotada uma morte em investigação e quatro casos em situação de alarme.

Ocorrências de chikungunya e zika caem no Estado

Além da dengue, o levantamento do ministério também reúne as ocorrências de outras doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. No caso da febre chikungunya, o Pará surge entre as seis unidades da Federação que conseguiram reduzir a incidência da doença. A queda nestes oito meses iniciais de 2019 foi de 36,8%, passando de 5.792 registros para 3.658. A incidência da doença neste mesmo período caiu de 68,0 a cada 100 mil habitantes para 43,0.

Até o final de agosto deste ano, 110.627 casos foram contabilizados no País, contra 76.742 do mesmo período em 2018. Segundo a pasta, o índice de prevalência da infecção, é bastante inferior ao da dengue: 53,1 casos a cada 100 mil habitantes. Como estados com alta concentração da doença destacam-se o Rio de Janeiro (76.776) e o Rio Grande do Norte (8.899). Até o encerramento do balanço, haviam sido confirmadas laboratorialmente 57 mortes provocadas pela chikungunya. Em âmbito nacional, a variação de um ano para o outro foi 44,2%, sendo que na região Norte do país o recuo foi 32% e no Centro-Oeste, de 92,7%.

O boletim epidemiológico acompanha também a situação do zika. Novamente, o Pará apresentou decréscimo no total de notificações, regredindo de 170 em 2018 para 159 entre janeiro e 26 de agosto de 2019 – taxa de incidência passou de 2,0/100 mil para 1,9. A queda de 6,5% no Pará aparece mais uma vez na contramão do desempenho nacional. De 2018 para 2019, o total de casos de zika no País saltou de 6.669 para 9.813, gerando uma diferença de 47,1% e alterando a taxa de incidência de 3,2 para 4,7 ocorrências a cada 100 mil habitantes. Neste ano, o zika vírus foi a causa da morte de duas pessoas.

O ministério aconselha que, durante o período de seca, a população mantenha ações de prevenção, como verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. Outra recomendação é lavar semanalmente, com água e sabão, recipientes como vasilhas de água do animal de estimação e vasos de plantas. Não deixar que se formem pilhas de lixo ou entulho em locais abertos, como quintais, praças e terrenos baldios é outro ponto importante. Outro hábito que pode fazer diferença é a limpeza regular das calhas, com a devida remoção de folhas que podem se acumular durante o inverno.

Fonte: Agência Estado

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