Talvez a condenação do ex-pecuarista Alessandro Camilo, agora com 48 anos de idade, dê a familiares e amigos da jovem comerciária Ana Karina uma sensação de justiça. Ana karina – na época grávida de nove meses de Alessandro – foi morta em Maio de 2010, numa trama cruel. Outro participante do crime, Francisco de Assis, o Magrão, pistoleiro conhecido no Estado, foi condenado a três anos de prisão, em regime aberto, por ocultação de cadáver.

O tribunal do júri decidiu aceitar a denúncia da promotoria contra Alessandro Camilo pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, crime de aborto e ocultação de cadáver. Os crimes renderam a ele uma pena de 24 anos, contudo, o mentor dos crimes já está preso há sete anos, restando 17 para cumprir.

A noiva de Alessandro Camilo na época do crime, Grazielle Barros, não foi condenada, haja vista o júri entender que ela não teve participação na crueldade. Vale relembrar que na época, Grazielle chegou a ser detida acusada de participação no crime.

O julgamento ocorreu em Belém e teve como testemunha a mãe da vítima, dona Maria Iris, que até hoje não teve a oportunidade de enterrar, pois o corpo nunca foi encontrado, tampouco a criança que estava prestes a nascer. A polícia acredita que o bebê tenha morrido junto com a mãe.

Relembre o caso 

No dia 10 de Maio, a comerciária Ana Karina Guimarães, na época com 29 anos, foi vítima de um plano terrível e sargento, junto ao bebê de apenas nove meses que ainda estava em seu ventre, filho de um relacionamento com Alessandro Camilo, noivo de Grazielle Barros.

Ana Karina planejava conseguir com Alessandro Camilo o dinheiro para custear o nascimento da criança em uma clínica particular de Parauapebas. Por sua vez, Alessandro negava a mulher o montante, até que de um hora para a outra decidiu pagar o parto. Para entregar o dinheiro a Ana Karina, ele marcou um encontro com a grávida na noite do dia 10 de Maio, quando ela desapareceu e nunca mais foi vista.

Após investigações, a Polícia Civil concluiu que Ana Karina tinha sido assassinada numa tramoia arquitetada por Alessandro Camilo. Ele teria contado com a participação do pistoleiro Francisco de Assis, o “Magrão”, Grazielle Barros e Floriano Sousa, o “Minego”. Grazielle Barros e Minego não tiveram suas participações comprovadas, tanto que não foram condenados no julgamento.

Bombeiros do Estado e particulares ainda fizeram buscar no Rio Itacaiunas, zona rural de Parauapebas. Por lá, o pistoleiro Magrão afirmou que o corpo de Ana Karina e o bebê, ainda no ventre,  O caso chocou toda Parauapebas, região e o Brasil.

Perito Orlando do Centro de Perícias Renato Chaves de Belém que cuidou da reconstituição da trajetória de Ana Karina. Ao lado, a mãe dela, Maria Iris (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Já falecido, delegado André Albuquerque, que conduziu as investigações (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Curiosos acompanham a reconstituição do caso (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Corpo de Ana Karina, assim como o do bebê foram procurados no Rio Itacaiunas (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Na época, bombeiros e policiais atiram um barril de cima da ponte sobre o Rio Itacaiunas. O barril usado foi similar ao que teria sido usado pelos assassinos para atirar o corpo de Ana Karina junto ao bebê (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Uma amiga de Ana Karina simulou ser a vítima na reconstituição (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
De colete, pistoleiro Magrão mostra a um perito e ao investigador Benilson a trajetória do veículo até chegar a ponte (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)
Peritos e investigadores cercam Magrão (Foto: Vinicios Nogueira – Papo Carajás)

 

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